Mato Grosso do Sul já contabiliza 19 casos de feminicídio nos primeiros sete meses de 2025, número superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foram 12 ocorrências. Ao longo de 2024, foram 35 mulheres assassinadas no Estado por motivações ligadas à violência de gênero.
Os dados, divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp/MS), revelam a brutalidade crescente dos crimes, que envolvem diversos métodos, como armas de fogo, facas, espancamento e até queimaduras. As vítimas vão de bebês a idosas, assassinadas por companheiros, ex-parceiros e até familiares próximos.
O primeiro feminicídio de 2025 foi registrado no início de fevereiro, quando Karina Corin, de 29 anos, foi baleada na cabeça pelo ex-companheiro, em Campo Grande. No mês seguinte, a polícia encontrou o corpo carbonizado de Giseli Cristina, de 40 anos, jogado dentro de um poço no bairro Aero Rancho.
Casos como o de Vanessa Eugênia e sua filha Sophie, de apenas 10 meses, chocaram a capital. Ambas foram mortas e queimadas pelo pai da criança, que alegou não querer pagar pensão após o fim do relacionamento.
Em junho, Eliane Guanes, de 59 anos, foi queimada viva pelo capataz de uma fazenda no Pantanal de Corumbá. No mesmo mês, Rose Antônia foi encontrada decapitada em uma casa em Costa Rica.
O feminicídio mais recente ocorreu na última sexta-feira (25), em Naviraí, onde Juliete Vieira, de 35 anos, foi assassinada a facadas pelo próprio irmão. A vítima morreu ainda no local, após ser atingida no pescoço.
Apesar das campanhas de conscientização e dos canais de denúncia, o feminicídio segue sendo uma das maiores expressões da violência contra a mulher em Mato Grosso do Sul. Para especialistas, o aumento dos casos exige uma atuação mais integrada entre políticas públicas, segurança e rede de proteção social. Com informações: Correio do Estado.