A aposentada Maria Madalena da Silva, de 71 anos, testemunha de longa data da evolução do bairro Parque do Lageado, na zona sul de Campo Grande, comemora a chegada da urbanização. Moradora desde meados de 1975, a carioca relembra os tempos em que, para ir ao trabalho como empregada doméstica, precisava atravessar o córrego Lageado sobre uma estreita pinguela de madeira.
“Quando cheguei aqui, era só mato. A gente passava em cima de uma tábua pra ir ao serviço. Quando enchia o córrego, já usei até canoa”, conta Maria, emocionada ao ver ruas sendo asfaltadas e a nova ponte de concreto de 40 metros substituindo o antigo acesso improvisado. “Era um desafio viver aqui, mas vencemos.”
A obra, esperada há décadas pelos moradores, é parte de um projeto de infraestrutura do Governo de Mato Grosso do Sul. A ponte vai interligar as ruas Francisca Gonçalves Figueiredo e Gaudilei Brum, conectando dois bairros historicamente isolados: Parque do Lageado e Jardim Manaíra. Também está em execução a pavimentação da rua Tristão dos Santos, ampliando a mobilidade e o acesso na região.
Funcionários da Agesul trabalham na construção da ponte que liga os bairros Parque do Lageado e Jardim Manaíra, em Campo Grande; obra integra projeto de urbanização da região. Foto: Assessoria.
“Essa ponte representa uma conquista da dignidade. Era um pedido antigo e necessário. Estamos mudando a geografia da região, levando infraestrutura, mobilidade e abrindo novas oportunidades de desenvolvimento”, afirma o secretário de Infraestrutura e Logística, Guilherme Alcântara de Carvalho.
A mudança já começa a impactar a vida dos moradores. Andréia Medeiros de Souza, 46 anos, que há seis anos atravessava a pinguela diariamente para ir trabalhar, agora comemora a segurança e as novas perspectivas.
“Passava com medo. Muitas amigas já foram assaltadas ali. Agora, com a ponte, a gente sonha com uma rua mais segura. Já tem vizinho construindo comércio. Eu mesma abri uma mercearia porque sei que vai melhorar”, relata.
O mesmo sentimento é compartilhado por Fábio Silva, engenheiro mecânico de 36 anos, morador da região há 19 anos. Com a instalação da ponte, ele está abrindo uma bicicletaria no local. “Antes não dava pra abrir nada. Era só barro e assalto. Agora vem o asfalto, vem o fluxo. Isso aqui vai virar uma rua comercial”, projeta.
Para ele, a ponte representa muito mais que mobilidade. “A gente melhora em tudo: na segurança, na educação dos filhos, na autoestima do bairro, no valor dos imóveis. Era um sonho. Agora virou realidade.”
Segundo a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), as obras iniciadas em 2024 contemplam 7.991 m² de pavimentação, 620 metros de drenagem, mais de 2.500 m² de calçadas com acessibilidade e sinalização. O investimento é de R$ 6,7 milhões, com entrega prevista para o segundo semestre deste ano. Com informações: Agência de Notícias.