A inauguração da biorrefinaria de grãos da Inpasa em Balsas, Maranhão, marca um novo capítulo para o Brasil no cenário nacional e internacional da produção de coprodutos do etanol de milho. Entre os principais destaques está o DDGS (Dried Distillers Grains with Solubles), ou grãos secos de destilaria com solúveis, que vem ganhando espaço como alternativa nutricional competitiva para a alimentação animal, especialmente em bovinocultura, suinocultura e avicultura.
Com investimentos de R$ 2,5 bilhões anunciados para dobrar sua capacidade, a planta da Inpasa poderá ultrapassar a produção de 490 mil toneladas anuais de DDGS na região, atendendo o mercado interno e oportunidades de exportação. Segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a produção brasileira de DDG e DDGS alcançou quase 4 milhões de toneladas na safra 2024/25, com expectativa de crescimento para 6 milhões até 2030/31.
O governador do Maranhão, Carlos Brandão, destacou o potencial de agregar valor ao milho produzido localmente, gerar renda e fortalecer outras cadeias produtivas, como a pecuária e a indústria frigorífica. Além disso, a localização estratégica de Balsas, próxima à Ferrovia Norte-Sul e ao porto de Itaqui, favorece o escoamento eficiente do produto.
O DDGS se destaca como alternativa ao farelo de soja, apresentando cerca de 28% de proteína e excelente digestibilidade. Estudos da Universidade Federal de Lavras (UFLA) comprovam ganhos produtivos e econômicos na substituição parcial do farelo de soja pelo DDGS na alimentação animal.
No âmbito internacional, o Brasil avança com protocolos de intenção para comércio de DDGS com a China, mercado que ampliou seu consumo exponencialmente na última década. Com certificações como Halal, Kosher, RenovaBio, ABEA e ISO 9001, o produto da Inpasa já está presente em 17 países e quatro continentes, consolidando o país como player global na oferta de proteína vegetal para nutrição animal.
De acordo com o vice-presidente da Inpasa, Gustavo Mariano, a produção sem uso de antibióticos e conservantes diferencia o DDGS brasileiro, potencializando sua digestibilidade e adequação a diversos segmentos da pecuária. A expansão do DDGS também pode impulsionar a transição para sistemas de confinamento sustentável, otimizando o uso da terra e gerando maior renda para produtores rurais. Com informações: Notícias Agrícolas.