O cientista político Paulo Moura, do Canal Dextra, afirmou nesta terça-feira (5) que a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), é uma reação direta às recentes denúncias sobre uma suposta “justiça paralela” conduzida pelo magistrado nos processos relacionados aos atos de 8 de janeiro de 2023.
As informações, divulgadas pelos jornalistas David Ágape e Eli Vieira, reforçam, segundo Moura, que há uma estratégia do Supremo para influenciar o cenário político. “Moraes já tinha conhecimento dessas revelações, que davam sequência à série da Folha de S. Paulo interrompida antes das partes mais relevantes. Agora, com a divulgação, a prisão de Bolsonaro serve para dominar o noticiário — e está conseguindo”, disse.
Moura também apontou possíveis impactos diplomáticos. Segundo ele, o governo dos Estados Unidos, que já criticou a atuação de Moraes, pode reagir à escalada de decisões. “Nos últimos dias houve sinais de aproximação entre os governos, mas a postura do ministro pode provocar respostas mais duras dos EUA”, alertou.
Outro fator de tensão, segundo o analista, é o discurso do presidente Lula, que vem adotando um tom confrontador em relação ao ex-presidente Donald Trump, o que pode ampliar o desgaste nas relações exteriores.
“O Brasil vive um estado de exceção. Líderes da oposição afirmam que já não há democracia, e as pesquisas indicam uma vitória expressiva da direita nas próximas eleições, especialmente no Senado. O STF não atua como árbitro, mas como jogador a favor da reeleição de Lula”, afirmou Moura.
Com a retomada dos trabalhos no Congresso nesta terça-feira, a oposição promete intensificar a pauta da anistia aos presos do 8 de janeiro e pode avançar em pedidos de impeachment contra Moraes, impulsionados pelas denúncias sobre o chamado “gabinete paralelo”.
Moura concluiu destacando que novas informações podem surgir nos próximos dias, incluindo revelações do ex-assessor de Moraes, Eduardo Tagliaferro, o que pode aprofundar ainda mais a crise entre os poderes. Com informações: Notícias Agrícolas.