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Fiocruz e EMS firmam parceria para produção nacional de canetas emagrecedoras


Acordo prevê transferência de tecnologia e marca avanço na produção de medicamentos injetáveis no Brasil; uso do remédio está sob controle rigoroso da Anvisa.
Parceria entre Fiocruz e EMS viabiliza fabricação nacional de medicamentos como a semaglutida e a liraglutida — Foto: Divulgação/Fiocruz. Por: Editorial | 07/08/2025 15:57

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica EMS assinaram dois acordos de cooperação para viabilizar a produção nacional de medicamentos à base de liraglutida e semaglutida — compostos conhecidos como agonistas de GLP-1 e populares pelas chamadas “canetas emagrecedoras”.

Segundo comunicado conjunto, os acordos preveem a transferência de tecnologia tanto da síntese do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) quanto da formulação final do medicamento para Farmanguinhos, unidade técnico-científica da Fiocruz.

Inicialmente, a produção será feita nas instalações da EMS, em Hortolândia (SP), enquanto o Complexo Tecnológico de Medicamentos de Farmanguinhos, no Rio de Janeiro, se estrutura para absorver toda a tecnologia.

“As injeções subcutâneas oferecem uma abordagem de alta eficácia e são consideradas inovadoras para o tratamento de diabetes e obesidade”, afirma a nota das instituições. A iniciativa é considerada um marco para o fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.

Além disso, a produção inaugura a entrada da Fiocruz na área de medicamentos injetáveis, ampliando seu portfólio tecnológico e reforçando a atuação do setor público na oferta de soluções farmacêuticas de alta complexidade.

Controle e riscos do uso

Desde junho, farmácias e drogarias passaram a reter as receitas médicas de semaglutida, liraglutida e outras substâncias da mesma classe, como dulaglutida e tirzepatida. A decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi tomada diante do uso indiscriminado desses medicamentos com finalidade estética, o que tem gerado eventos adversos e dificultado o acesso por pacientes com indicação clínica.

Entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, apoiaram a medida. Em nota, alertaram para os riscos da automedicação e a venda irregular desses produtos sem a devida prescrição e controle.

SUS avalia incorporação

O uso da semaglutida na rede pública de saúde também está em debate. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) abriu consulta pública em junho para ouvir a população sobre a possível inclusão do medicamento.

A avaliação foi motivada por solicitação da farmacêutica Novo Nordisk, fabricante do Wegovy. No entanto, parecer preliminar da comissão recomendou a não incorporação, alegando custo elevado — com impacto estimado em até R$ 7 bilhões em cinco anos. A decisão final será tomada com base nas contribuições recebidas na consulta. Com informações: Agência Brasil.




Diário do Interior MS
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