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Morre Arlindo Cruz, ícone do samba brasileiro, aos 66 anos


Cantor e compositor faleceu no Rio de Janeiro após complicações de uma pneumonia; desde 2017, enfrentava sequelas de um AVC. Sua obra permanece viva no coração do Brasil.
Arlindo Cruz em apresentação antes do AVC, com seu inseparável cavaquinho — símbolo de uma vida dedicada ao samba e à cultura popular brasileira. Foto: Por: Editorial | 08/08/2025 15:23

O Brasil perdeu nesta sexta-feira (8) um dos maiores nomes da música popular. Arlindo Cruz, cantor, compositor e referência incontestável do samba, morreu aos 66 anos, após complicações causadas por uma pneumonia. Ele estava internado na Casa de Saúde São José, no Humaitá, zona sul do Rio. A informação foi confirmada pela família.

Desde 2017, Arlindo vivia com as sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico que o afastou dos palcos. Nos anos seguintes, enfrentou diversas internações e complicações respiratórias, sempre amparado pela esposa, Babi Cruz, e pelos filhos, Arlindinho e Flora. Mesmo longe da cena musical ativa, continuava sendo uma das maiores inspirações para sambistas e artistas de todas as gerações.

Nascido em 14 de setembro de 1958, no Rio, Arlindo Domingos da Cruz Filho teve contato com o samba ainda criança. Ganhou seu primeiro cavaquinho aos 7 anos e aprendeu a tocar de ouvido, se destacando nas rodas do Cacique de Ramos — berço de grandes nomes como Jorge Aragão, Almir Guineto, Beth Carvalho e Zeca Pagodinho.

Sua carreira ganhou projeção nacional como integrante do grupo Fundo de Quintal, onde ajudou a redefinir o samba com uma sonoridade moderna e autêntica. Depois, seguiu em carreira solo, emplacando sucessos como Meu Lugar, O Bem, O Show Tem Que Continuar e Será Que É Amor. Ao todo, compôs mais de 550 sambas gravados, muitos deles transformados em hinos populares.

Além dos palcos e estúdios, Arlindo Cruz brilhou no carnaval. Foi autor de sambas-enredo para escolas como Império Serrano, Grande Rio, Unidos de Vila Isabel e Leão de Nova Iguaçu. Em 2023, recebeu uma das maiores homenagens de sua vida: foi o enredo do Império Serrano, que celebrou sua trajetória como artista e símbolo da cultura popular brasileira.

O legado de Arlindo transcende a música. Era reconhecido pela alegria, generosidade e pela capacidade única de transformar as dores e belezas do cotidiano em poesia cantada. Sua morte representa um luto para o samba, mas sua obra segue viva — na memória, nos discos e no coração de milhões de brasileiros.

Como escreveu em um de seus versos mais célebres: “o show tem que continuar” — e continuará, embalado pela batida eterna de Arlindo Cruz. Com informações: Hoje mais.




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