O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu nesta quinta-feira (14) às críticas feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que classificou o Brasil como “péssimo parceiro comercial” e chamou o processo contra Jair Bolsonaro (PL) de “execução política”.
Durante evento em Pernambuco, Lula afirmou que o Brasil mantém relações comerciais equilibradas e não se curvará a pressões externas.
“É mentira quando o presidente norte-americano diz que o Brasil é um mau parceiro comercial. O Brasil é bom, só não vai ficar de joelho para o governo americano”, disse.
Na véspera, Trump acusou o Brasil de impor tarifas “enormes” aos produtos americanos e defendeu a cobrança de 50% sobre exportações brasileiras. O republicano ainda saiu em defesa de Bolsonaro: “Eu conheço esse homem. Acho que ele é honesto. O que estão fazendo é realmente uma execução política.”
Lula rebateu a narrativa, comparando o caso brasileiro à invasão do Capitólio em 2021, que deixou cinco mortos. “Se você morasse no Brasil e tivesse feito o que fez nos EUA, também seria julgado e, se culpado, iria para a cadeia”, declarou.
Apesar das críticas, os números mostram que os EUA seguem como o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Em 2024, o país registrou déficit de US$ 28 bilhões nas trocas com os americanos.
Dados da Amcham Brasil apontam que quase metade das exportações dos EUA ao Brasil chega sem imposto, e a tarifa média efetiva aplicada é de 2,7%, bem inferior à média global de 12,4%.
Entre os principais produtos brasileiros enviados aos EUA no primeiro semestre de 2025 estão:
Óleos brutos de petróleo (US$ 2,37 bi)
Ferro/aço semimanufaturado (US$ 1,49 bi)
Café (US$ 1,16 bi)
Carne bovina (US$ 737,8 mi)
Ferro-gusa (US$ 683,6 mi)
Celulose (US$ 668,6 mi)
Óleos combustíveis (US$ 610,2 mi)
Os EUA são ainda o maior importador de café brasileiro, responsáveis por cerca de um terço das compras globais da commodity. Com informações: Jornal Do Estado MS.