Tanques israelenses avançaram na madrugada desta terça-feira (26) no bairro de Ebad-Alrahman, na periferia da Cidade de Gaza, provocando nova onda de deslocamentos, destruição de casas e agravamento da crise humanitária. O ataque ocorreu às vésperas de uma reunião liderada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o conflito no enclave palestino.
Israel afirma que a operação marca o início de uma nova ofensiva contra o Hamas, mas moradores relatam que civis foram surpreendidos pelos disparos contra residências. Igrejas e conventos cristãos anunciaram que permanecerão na área para cuidar dos que não podem sair, apesar do risco.
O porta-voz das Forças Armadas israelenses declarou que a retirada de civis de Gaza é “inevitável”, mas autoridades palestinas e da ONU alertam que a infraestrutura para abrigar deslocados é insuficiente — seriam necessárias 1,5 milhão de barracas adicionais. O bloqueio à ajuda internacional persiste, enquanto cresce a atuação da ONG americana GHF, acusada por diplomatas de militarizar a distribuição de mantimentos.
A ofensiva militar e a repressão à imprensa motivaram críticas severas na Europa. Mais de 200 diplomatas assinaram carta pedindo sanções contra Israel, incluindo a suspensão da exportação de armas e o bloqueio a negócios com assentamentos ilegais. O documento também denuncia planos de expansão em Jerusalém Oriental e acusa Israel de inviabilizar a solução de dois Estados.
No Brasil, o Itamaraty reagiu às declarações do ministro da Defesa israelense, Israel Katz, que chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “antissemita declarado”. Em nota, o governo brasileiro classificou as falas como “grosseiras e inaceitáveis” e reforçou que as ações de Israel configuram genocídio contra palestinos.
Segundo dados citados pelo Ministério das Relações Exteriores, mais de 63 mil palestinos já morreram desde outubro de 2023, um terço deles mulheres e crianças. O Brasil, ao lado da África do Sul, apoia o processo na Corte Internacional de Justiça que investiga violações da Convenção de Genebra.
Enquanto os combates se intensificam e hospitais seguem sob ataque, cresce a pressão para que organismos internacionais reconheçam crimes de guerra cometidos em Gaza. Especialistas alertam que a omissão da comunidade internacional enfraquece a credibilidade de instituições como a União Europeia e o Conselho de Segurança da ONU. Com informações: Semana On.