De janeiro a setembro de 2025, 80 adolescentes e jovens perderam a vida por suicídio em Mato Grosso do Sul, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). O índice preocupa autoridades e especialistas, já que, entre pessoas de 15 a 29 anos, essa é a quarta principal causa de morte, atrás apenas de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal, conforme a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
A realidade revela a urgência de ampliar o diálogo e a prevenção. Nesse contexto, campanhas como o Setembro Amarelo têm papel essencial ao dar visibilidade ao tema e incentivar a busca por ajuda. O dia 10 de setembro é reconhecido como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas as ações se estendem ao longo do mês em diferentes frentes.
Na Assembleia Legislativa, parlamentares aprovaram leis específicas para enfrentar o problema. O deputado Antonio Vaz (Republicanos) é autor da Lei 5.483/2019, que institui a Semana de Prevenção e Combate à Violência Autoprovocada. Já a deputada Mara Caseiro (PSDB) criou duas legislações: a que instituiu o Setembro Amarelo em MS (Lei 4.777/2015) e a que leva ações educativas para as escolas (Lei 6.449/2025).
Além do Parlamento, universidades e órgãos de Justiça e saúde atuam na prevenção. A UFMS oferece acolhimento gratuito a jovens em situação de vulnerabilidade, com atendimentos presenciais e online. O Tribunal de Justiça, por meio da Justiça Restaurativa, promove círculos de diálogo em escolas sobre bullying, automutilação e projeto de vida. Já a Subsecretaria de Políticas Públicas para Juventude criou o projeto “Inspira Jovem”, que já alcançou mais de 30 mil jovens, incluindo comunidades indígenas.
Especialistas reforçam que a falta de diálogo dentro das famílias é um dos fatores que mais agravam a situação. A psicóloga clínica Thaís Marcela Mota alerta para sinais como automutilação e mudanças bruscas de comportamento, reforçando a importância da escuta, da empatia e da rede de apoio.
O Setembro Amarelo, em Mato Grosso do Sul, mostra que enfrentar essa realidade exige união entre poder público, instituições de ensino, saúde, Justiça e sociedade civil. O objetivo é comum: salvar vidas e romper o silêncio em torno da saúde mental. Com informações: ALEMS.