Não importa a hora do dia, as capivaras parecem dominar a cidade com sua calma. Nos parques, na Cidade Universitária e até em bairros movimentados, elas se deslocam em grupos, atravessam faixas de pedestres e chegam a parar o trânsito, sempre com seu passo sereno e olhar tranquilo.
O maior roedor do mundo, capaz de pesar mais de 80 quilos, conquistou os campo-grandenses e virou cartão-postal da capital sul-mato-grossense. Elas aparecem estampadas em nomes de comércios, blocos de carnaval, doces, mochilas e até pastéis, tornando-se símbolo do convívio entre fauna e cidade.
Apesar do carisma, a proximidade com o ambiente urbano expõe as capivaras a riscos, especialmente nas vias de tráfego intenso. Neste domingo (14), Dia Internacional da Capivara, a atenção se volta novamente para a conservação e segurança desses animais.
Pesquisadores da UFMS estimam que Campo Grande abriga entre 5 e 10 mil capivaras, número estável na última década. Desde 2014, elas são monitoradas com colares de GPS que indicam trajetos, áreas de maior circulação e pontos críticos de atropelamento.
Com base nesses dados, o poder público recebeu recomendações para instalar lombadas eletrônicas, sinalizações e reforçar a educação no trânsito. A iniciativa também inspirou o MPMS a criar, em 2016, o Projeto Quapivara, que atua na prevenção de atropelamentos urbanos por meio de conscientização da população, coleta de dados e articulação com gestores para passagens seguras.
Embora os esforços avancem lentamente, o objetivo é claro: equilibrar a preservação da fauna com a segurança de motoristas e pedestres. Afinal, atropelamentos não afetam apenas os animais, mas também causam prejuízos materiais e riscos a pessoas. A colaboração entre ciência, políticas públicas e população busca garantir que a convivência pacífica e admirada das capivaras com a cidade continue, sem contradições.