A revelação de que os cobradores executados em Icaraíma sofreram traumatismo craniano antes da morte expõe um novo nível de violência no crime. A declaração de óbito de três das quatro vítimas, sepultadas no último domingo (21), detalha que Diego Affonso, Rafael Marascalchi e Robishley de Oliveira tinham ferimentos no crânio, indo além das perfurações por arma de fogo inicialmente divulgadas.
O Bemdito teve acesso à declaração, que aponta os termos técnicos no atestado – traumatismo cranioencefálico, politraumatismo e ferimentos por arma de fogo – que pintam um quadro mais violento do crime. Para a advogada Josiane Monteiro de Oliveira, representante das famílias, essa nova informação altera profundamente a percepção inicial do caso. “O que isso demonstra é que essas lesões, esses traumas, eles são provocados por objeto contundente”, afirmou. “Então, a gente vê aí o nível de crueldade dessas pessoas”, completou, sugerindo a prática de tortura antes da execução.
Aguardando a Comprovação Definitiva
A advogada e as famílias ainda aguardam o acesso ao laudo de necropsia completo, elaborado pelo IML (Instituto Médico Legal), que é o documento crucial para detalhar com precisão a extensão, os tipos e as localizações exatas de todos os ferimentos. “Que eles finalizem esse laudo, porque ele vai mostrar exatamente os locais dos traumas, os locais das lesões, pra que a gente possa realmente confirmar se essas pessoas foram torturadas, se elas foram mortas ali mediante crueldade”, explicou Josiane.
A expectativa é que o laudo oficial confirme as suspeitas de extrema violência. Enquanto isso, a investigação segue apurando outras evidências. Juliana Oliveira, outra representante das famílias, também aguarda laudos periciais complementares, como o estudo do solo do local onde os corpos foram encontrados. A análise pode ser fundamental para determinar o intervalo de tempo entre a morte e o descobrimento dos corpos, ajudando a reconstituir a linha do tempo do crime.
“Porque o solo realmente pode conservar esses corpos. Os corpos estavam debaixo de uma árvore, em um local arenoso. Não tinha ali contato com água, intempéries. Então, pode ser sim que esses corpos estivessem conservados por conta do [tipo de] solo”, explicou Juliana, indicando que a preservação dos cadáveres pode oferecer pistas forenses valiosas.
As novas informações reforçam o apelo das famílias e de suas representantes legais por uma investigação rápida e minuciosa, que possa elucidar toda a brutalidade do crime e levar os responsáveis à Justiça. O caso, que já havia comovido a região, ganha agora contornos ainda mais sombrios. Com informações OBemdito.