Envelhecer com saúde e alegria: a rotina inspiradora de Cecília Dantas

Aos 87 anos, Cecília Prado Dantas sente que o tempo finalmente se faz notar, mas não deixou que isso limite sua vida. Entre arrumar a casa, bordar, caminhar, encontrar amigas e se divertir, ela reserva um momento especial toda sexta-feira para dançar. Para ela, envelhecer não significa se afastar da vida, mas descobrir uma nova etapa repleta de oportunidades e pequenas alegrias.

A Semana Estadual do Idoso, que ocorre de 25 de setembro a 1º de outubro, busca valorizar a longevidade com saúde, respeito e bem-estar. A ação foi criada pela Lei 4.796/2015, de autoria do deputado Renato Câmara, vice-presidente da Assembleia Legislativa e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa Idosa. Segundo ele, o envelhecimento é uma realidade de todos, e políticas públicas devem garantir que os idosos vivam com dignidade.

Entre os projetos desenvolvidos pela Frente Parlamentar estão o “Cidade Madura”, que planeja condomínios adaptados para pessoas acima de 60 anos, e a Plataforma do Envelhecimento, parceria com a UFMS que reúne informações sobre saúde, cuidados prolongados e qualidade de vida. Também se destaca a campanha Junho Prata, que combate a violência contra a população idosa.

Dançar é essencial para Cecília. “Não abro mão da dança”, afirma. Todas as semanas, ela se entrega a ritmos como vanerão, chamamé, polca e vanera. Além de exercitar o corpo, a dança contribui para a memória e o bem-estar. Seu cotidiano ainda inclui passeios, conversas com amigas e momentos de lazer, mostrando que a vida após os 60 pode ser ativa e feliz.

O geriatra José Roberto Pelegrino reforça que envelhecer bem depende de hábitos adotados ao longo da vida. “O que fazemos hoje reflete na nossa saúde no futuro”, explica, destacando a importância de exercícios físicos, alimentação equilibrada, sono adequado, vínculos sociais e equilíbrio emocional.

Em Mato Grosso do Sul, o envelhecimento populacional é evidente: nos últimos dez anos, o número de pessoas com 60 anos ou mais cresceu 64%, enquanto a quantidade de crianças de zero a 13 anos caiu 8,6%. Hoje, os idosos representam 15% da população estadual, reforçando a necessidade de ações voltadas à longevidade com qualidade de vida.

Entre as iniciativas da ALEMS está o livro infantil “Uma festa para a vida: animais do Pantanal e os direitos dos idosos”, que busca ensinar desde cedo o respeito aos mais velhos, abordando temas como negligência e violência de forma lúdica. Com informações: ALEMS.