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Nepal escolhe menina de 2 anos como nova deusa viva adorada por hindus e budistas


Aryatara Shakya, de apenas 2 anos e 8 meses, assume o posto de Kumari e passa a viver em palácio em Katmandu, onde será reverenciada como encarnação da deusa Taleju
Aryatara Shakya é carregada pela família até o Kumari Ghar, em Katmandu, onde viverá como a nova deusa viva do Nepal. Foto: AP Foto/Niranjan Shrestha Por: Editorial | 01/10/2025 13:11

Uma tradição milenar se renovou no Nepal. Aos 2 anos e 8 meses, Aryatara Shakya foi escolhida como a nova Kumari, a chamada "deusa virgem", reverenciada por hindus e budistas.

A escolha ocorreu durante o festival hindu Indra Jatra, o mais longo e importante do país. Após a confirmação, Aryatara foi carregada por seus pais de sua casa, em um beco de Katmandu, até o palácio Kumari Ghar, onde viverá a partir de agora.

Aryatara Shakya, carregada por um membro de sua família durante caminhada até o Kumari Ghar, o palácio do templo onde ela residirá em Katmandu, — Foto: AP/Niranjan Shrestha

(Foto: AP/Niranjan Shrestha)

Devoção e rituais

Centenas de devotos se reuniram para prestar homenagem à nova Kumari. Em filas, homens, mulheres e crianças tocaram seus pés com a testa, gesto máximo de respeito espiritual, além de oferecer flores e dinheiro em sinal de devoção.

Substituição

Aryatara sucede Trishna Shakya, de 11 anos, que deixou o posto após chegar à puberdade. Desde os 3 anos, Trishna viveu no palácio, sendo tratada como deusa, mas agora retorna à vida comum, considerada uma mortal.

As escolhidas pertencem ao clã Shakya, da comunidade Newar, e passam por um processo rigoroso de seleção. A futura deusa deve apresentar pele, olhos, dentes e cabelos impecáveis, além de não demonstrar medo do escuro. A Kumari se veste de vermelho, mantém o cabelo em coques altos e ostenta um “terceiro olho” pintado na testa.

A nova Kumari terá a missão de abençoar devotos e autoridades, incluindo o presidente do Nepal, já nesta quinta-feira (2). Para a comunidade, sua presença representa prosperidade e proteção espiritual.

Emoção da família

“Ontem ela era apenas minha filha, hoje é uma deusa”, declarou emocionado Ananta Shakya, pai da menina. Ele contou que a mãe já havia sonhado com sinais divinos durante a gravidez, o que reforçou a crença de que a filha teria um destino especial.

Vida após o templo

Apesar do prestígio, ex-Kumaris enfrentam desafios após deixar o título. Muitas têm dificuldades de adaptação à vida escolar e social. Além disso, lendas populares ainda perpetuam o medo de que homens que se casam com ex-Kumaris morrem jovens, levando várias delas a permanecerem solteiras. Com informações: g1




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