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Vodka guardada em casa ajuda a salvar comerciante intoxicado por metanol em São Paulo


Sem antídoto no hospital, família levou garrafa de vodka russa que serviu de tratamento emergencial; homem ficou em coma e perdeu parte da visão
Cláudio Crespi, de 55 anos, se recupera após intoxicação por metanol; vodka russa usada em hospital ajudou a salvar sua vida. (Foto: Arquivo pessoal) Por: Editorial | 11/10/2025 10:37

Uma garrafa de vodka russa guardada há meses como item de decoração ajudou a salvar a vida de Cláudio Crespi, de 55 anos, comerciante morador de São Paulo, que sofreu uma intoxicação grave por metanol após consumir uma bebida adulterada. O caso aconteceu no fim de setembro e é um dos 25 confirmados no estado, que já registra cinco mortes em decorrência da crise provocada por bebidas falsificadas.

Cláudio passou mal após beber uma dose de vodca e foi levado às pressas para a UPA da Vila Maria, onde uma médica suspeitou de intoxicação por metanol. Sem o antídoto disponível, a sobrinha dele, Camila Crespi, buscou em casa uma garrafa de vodka russa com 40% de teor alcoólico, que foi utilizada pela equipe médica como alternativa emergencial para conter os efeitos do veneno.

“O hospital não tinha o antídoto. Eu fui buscar uma vodka em casa. Estava fechada. A médica pediu um destilado e lembramos que tinha essa em casa. Ajudou a estabilizá-lo”, contou Camila.

O paciente ficou em coma, e a família chegou a se despedir. No entanto, Cláudio reagiu, despertou no dia 2 de outubro e saiu da UTI quatro dias depois. Atualmente, ele continua em tratamento, com cerca de 10% da visão preservada, e se recupera lentamente.

“Fiquei sem falar, sem andar. Tenho só 10% da visão, mas ganhei uma vida nova”, disse.

Segundo o Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox), o uso de etanol — o álcool presente nas bebidas — é um procedimento reconhecido em emergências quando o medicamento específico, o fomepizol, não está disponível. O etanol impede que o fígado transforme o metanol em substâncias tóxicas, como o formaldeído e o ácido fórmico, que atacam o sistema nervoso e o nervo óptico.

Nesta semana, o Ministério da Saúde recebeu 2.500 doses de fomepizol, adquiridas por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), para distribuição em hospitais do país.

O governo paulista informou que 25 casos de intoxicação por metanol foram confirmados até o momento, 160 estão em investigação e 189 foram descartados. Cinco pessoas morreram — três homens da capital, uma mulher de São Bernardo do Campo e um homem de Osasco. Com informações: g1




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