A Polícia Civil investiga uma estudante de Direito, de 36 anos, suspeita de envenenar e matar ao menos quatro pessoas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Segundo os investigadores, a mulher tinha o hábito de ligar para a polícia após cometer os crimes, se passando por denunciante ou testemunha, em uma tentativa de controlar o rumo das investigações.
De acordo com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a suspeita “tinha prazer em manipular as investigações”, criando versões, simulando ameaças e usando a própria polícia para reforçar suas narrativas.
O primeiro caso identificado ocorreu em janeiro, quando ela avisou à Polícia Militar que um vizinho, em Guarulhos, não respondia havia dias. Nas imagens registradas no local, a mulher chega a esboçar um sorriso ao ser informada da morte do homem, que, segundo a perícia, havia sido envenenado dias antes.
Meses depois, em maio, a suspeita voltou a acionar a polícia, dessa vez para denunciar a morte de uma mulher que havia conhecido por meio de um aplicativo de relacionamentos. Ela usava um nome falso e afirmou que a vítima teria sido assassinada por um policial militar. Insatisfeita com o resultado da investigação — que concluiu morte natural —, ligou novamente à polícia alegando ter encontrado um bolo com “cheiro de morte” em sua casa.
Os investigadores descobriram que a mulher estava presente em todas as mortes suspeitas registradas, sempre como denunciante ou testemunha. Ela também é suspeita de envenenar um ex-namorado e um idoso no Rio de Janeiro, pai de uma ex-colega de faculdade.
O comportamento chamou a atenção dos investigadores, que a enquadraram como possível serial killer. A mulher e a irmã, também investigada por participação nos crimes, foram presas preventivamente. O caso é acompanhado pelo Núcleo de Análise Comportamental do DHPP, que apura a motivação e o padrão de atuação.
Em depoimento, a suspeita confessou envolvimento em dois assassinatos, mas negou o uso de veneno. A defesa afirma que ela apenas relatou os fatos e que a verdade será esclarecida ao final das investigações. Com informações: g1