Metanol e outras fraudes: quando a ganância transforma produtos em veneno

O metanol, responsável por intoxicações graves em consumidores de bebidas alcoólicas adulteradas, chamou a atenção da população devido aos efeitos imediatos e fatais. No entanto, especialistas alertam que ele é apenas a ponta visível de um problema maior: a contaminação silenciosa de diversos produtos consumidos diariamente.

Casos recentes, como o de uma fábrica de laticínios no Rio Grande do Sul que utilizava soda cáustica e água oxigenada na produção de leite em pó distribuído a escolas públicas, mostram que a negligência e a ganância podem colocar vidas em risco de forma oculta.

Fraudes em alimentos, produtos industrializados e até em combustíveis não são novidade. Laudos técnicos já revelaram que marcas renomadas de café chegaram a conter madeira, milho, cascas e até terra. Postos de combustíveis adulteravam bombas com solventes, excesso de álcool e água. Produtos “tipo queijo”, “tipo presunto” ou “tipo manteiga” muitas vezes não correspondem ao que o rótulo sugere, expondo consumidores a alergias, intolerâncias e riscos à saúde.

No caso das bebidas adulteradas, o perigo é ainda maior. Garrafas originais recolhidas por bares e restaurantes são reutilizadas no mercado clandestino, preenchidas com líquidos baratos e aromatizados para enganar os consumidores. Cada gole pode ser fatal.

A reflexão é urgente: quantos produtos estão contaminados sem que saibamos? A responsabilidade é dupla: das autoridades, que devem fiscalizar com rigor, e dos consumidores, que precisam se informar e exigir transparência.

O alerta vai além da saúde física. A ética, a honestidade e o respeito à vida devem ser prioridade em qualquer atividade humana. Sem eles, o lucro se torna destrutivo e o veneno — seja químico ou moral — contamina toda a sociedade. Com informações: Campo Grande News