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Mulheres fazem mamografia em unidade de saúde; acesso ainda é desigual entre regiões e redes de atendimento (Foto: Divulgação).
Por: Editorial | 17/10/2025 08:01
Em outubro, mês de conscientização sobre o câncer de mama, um relatório do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) alerta para a importância do acesso igualitário ao rastreamento e tratamento da doença. Apesar do Brasil contar com 6.826 mamógrafos registrados, metade deles está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), responsável por atender 75% da população, o que equivale a 2,13 aparelhos por 100 mil habitantes dependentes da rede pública.
Na saúde suplementar, que cobre 25% da população, a proporção é quase três vezes maior: 6,54 mamógrafos por 100 mil beneficiárias. Estados como o Acre evidenciam a disparidade, com 35,38 mamógrafos por 100 mil habitantes na rede privada, contra apenas 0,84 no SUS. A cobertura também varia entre regiões: Roraima registra a menor proporção (1,53 por 100 mil), enquanto a Paraíba lidera o ranking (4,32).
Segundo a coordenadora da Comissão Nacional de Mamografia do CBR, Ivie Braga de Paula, apesar de todos os estados possuírem número suficiente de equipamentos, gargalos como logística, informação e comunicação limitam o acesso, principalmente em regiões mais remotas. “Às vezes, é necessário percorrer seis a sete horas de barco para realizar uma mamografia. Até nos grandes centros, pacientes da periferia enfrentam dificuldades para marcar e chegar a um local com mamógrafo”, explica.
A cobertura de mamografias no Brasil é de apenas 24%, muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, de 70%. Mesmo em São Paulo, com a maior concentração de aparelhos do país, a taxa alcança apenas 26%. Em setembro, o Ministério da Saúde ampliou as diretrizes de rastreamento, incluindo mulheres entre 40 e 49 anos, mesmo sem sintomas.
“Descobrir o tumor antes de haver sintomas é essencial para aumentar a chance de cura. Tumores menores que 1 cm têm 95% de chance de cura em cinco anos, independentemente do tipo. E só a mamografia detecta esses casos”, ressalta Ivie, lembrando que os exames são voltados a mulheres saudáveis, sem sinais da doença. Com informações:Agência Brasil.
