|
Hoje é Segunda-feira, 17 de Novembro de 2025.
Indústria em Campo Grande foi alvo de operação que investiga o desvio de metanol para fabricação de bebidas adulteradas. (Foto: Geniffer Valeriano)
Por: Editorial | 17/10/2025 13:11
Uma empresa localizada na Vila Albuquerque, em Campo Grande, é suspeita de atuar como laranja em um esquema de desvio de metanol, substância altamente tóxica que vem sendo usada na fabricação clandestina de bebidas alcoólicas e já provocou mortes em São Paulo e Pernambuco. O local foi alvo da Operação Alquimia, deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Segundo a investigação, a empresa teria comprado grandes quantidades de metanol que nunca chegaram ao endereço indicado, o que reforça a hipótese de que o negócio era utilizado apenas para a emissão de notas fiscais falsas. Uma testemunha que trabalha nas proximidades relatou que caminhões de combustível paravam com frequência apenas para “carimbar notas”.
O prédio da empresa investigada, estaria praticamente abandonado. “Só ficam o guarda e dois cachorros. Até estranhei quando vi o carro da Polícia Federal. Os policiais entraram, ficaram um tempão, depois saíram, tiraram foto e foram embora”, contou uma moradora que pediu anonimato.
De acordo com a PF, a operação fiscalizou 24 empresas ligadas à cadeia de distribuição do metanol — desde importadores e terminais marítimos até indústrias químicas, destilarias e usinas. Em Mato Grosso do Sul, os alvos incluíram fábricas de cosméticos e fertilizantes em Campo Grande, Dourados e Caarapó. Nas duas últimas cidades, não foram encontradas irregularidades.
As amostras recolhidas durante as ações serão enviadas ao Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília, para cruzamento com laudos anteriores da PF e da ANP, a fim de mapear a rota do produto ilegal.
A Operação Alquimia é um desdobramento das operações Boyle e Carbono Oculto, que investigaram a adulteração de combustíveis com metanol. Agora, os indícios apontam que o mesmo produto químico está sendo desviado para bebidas falsificadas, o que amplia o risco à saúde pública e evidencia uma complexa rede criminosa que atua em vários estados brasileiros. Com informações: Campo Grande News
