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Reclamações de moradores levaram à ação judicial contra frigorífico em Campo Grande por emissão de odores e riscos à saúde pública. (Foto: Divulgação)
Por: Editorial | 22/10/2025 15:16
O juiz Eduardo Lacerda Trevisan, titular da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, designou uma nova audiência de conciliação para o dia 10 de novembro, às 14h, no processo que trata dos maus odores emitidos por um frigorífico localizado na Avenida Duque de Caxias, saída para Aquidauana. Segundo despacho do magistrado, a medida busca a possibilidade de acordo definitivo entre as partes. A primeira tentativa de conciliação ocorreu em 10 de abril de 2025.
A ação civil pública foi proposta após reclamações de moradores dos bairros Nova Campo Grande e Jardim Carioca, que relataram forte odor proveniente do estabelecimento industrial. O caso chamou a atenção de órgãos ambientais e do Ministério Público, que receberam diversas denúncias sobre o incômodo e possíveis impactos à saúde e ao meio ambiente.
Uma fiscalização realizada em 2023 por um instituto especializado concluiu que não havia danos ambientais, e que o odor seria inerente à atividade do frigorífico. Entretanto, essa conclusão contrariou relatos de moradores e informações de órgãos ambientais, que apontavam a persistência do mau cheiro e outras irregularidades.
Um novo relatório técnico identificou:
Extravasamento de efluente bruto;
Falhas de vedação e estruturas mal cobertas;
Aberturas nas paredes laterais, permitindo escape de gases;
Presença de animais peçonhentos e vetores de doenças, como ratos, escorpiões e baratas.
Especialistas destacam que a intensidade e o alcance dos odores variam conforme a direção e a velocidade do vento, afetando mais intensamente residências próximas.
Foi proposto ao frigorífico um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com medidas corretivas, mas a empresa recusou as recomendações, alegando já ter cumprido todas as obrigações. A discussão se estendeu até fevereiro de 2024, quando o órgão fiscalizador ambiental lavrou auto de infração após nova vistoria.
Com a falta de acordo e a continuidade das reclamações, o caso chegou ao Poder Judiciário, com pedido de tutela de urgência. Caso não haja composição na audiência de 10 de novembro, o juiz deverá analisar pedidos liminares, que incluem:
Instalação de cortina arbórea em todo o perímetro do frigorífico;
Revisão imediata do sistema de exaustão, sob pena de multa diária em caso de descumprimento.
No julgamento do mérito, o magistrado também avaliará:
Necessidade de regularização definitiva das emissões de gases;
Existência de dano moral coletivo à comunidade.
Com informações: Diário Digital
