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Membros do grupo de elite “Night Stalkers” durante treinamento na Flórida, em janeiro de 2024 (Foto: Força Aérea dos EUA)
Por: Editorial | 23/10/2025 14:54
A aparição recente de helicópteros militares dos Estados Unidos no Caribe despertou atenção internacional por um motivo que vai além das tensões com a Venezuela. As aeronaves faziam parte dos “Night Stalkers”, unidade de elite do Exército norte-americano especializada em operações secretas e complexas. O grupo teve papel central na operação que resultou na morte do terrorista Osama Bin Laden, em 2011, no Paquistão.
Conhecidos oficialmente como 160º Regimento de Aviação de Operações Especiais (SOAR), os “Night Stalkers” foram criados na década de 1980 com foco em operações noturnas de alta precisão. Hoje, também realizam missões diurnas e apoiam o Comando Sul das Forças Armadas dos EUA, responsável por operações na América do Sul e no Caribe.
O esquadrão utiliza helicópteros MH-60 Black Hawk, MH-47 Chinook, MH-6 e AH-6 Little Bird, além de uma divisão especializada em drones de reconhecimento e inteligência.
“Esses são os melhores pilotos de helicóptero do mundo… os pilotos de Fórmula 1 da aviação”, afirmou o escritor Steven Hartov, autor de The Night Stalkers, ao jornal britânico The Guardian.
Na semana passada, o jornal The Washington Post noticiou que aeronaves do grupo foram vistas a menos de 150 km da costa venezuelana, em um exercício de treinamento. Imagens publicadas nas redes sociais mostraram helicópteros de ataque sobrevoando o mar do Caribe, próximos a plataformas de petróleo e gás.
O grupo costuma usar o navio MV Ocean Trader como base flutuante durante missões. Uma análise de imagens de satélite identificou o navio ao nordeste de Trinidad e Tobago.
De acordo com fontes do governo norte-americano, os helicópteros realizavam treinamentos preparatórios e não havia indícios de uma operação imediata na Venezuela.
Legenda da foto: Snipers são treinados em um helicóptero MH-6 Little Bird ao lado dos “Night Stalkers”, em março de 2024 (Foto: Exército dos EUA)
A movimentação ocorre em meio a uma crescente escalada diplomática e militar entre os EUA e a Venezuela. O governo norte-americano passou a classificar o presidente Nicolás Maduro como “narcoterrorista”, o que pode abrir margem para justificar ações militares sob o argumento de combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas.
Segundo analistas, como o cientista político Maurício Santoro, essa retórica pode ser uma estratégia para legitimar futuras ações militares.
“O governo americano parece tentar construir um caso jurídico e político para isso — apresentar uma guerra como se fosse uma operação contra o tráfico de drogas e uma forma de deslegitimar o regime de Maduro”, afirmou o especialista.
Desde setembro, segundo a imprensa dos Estados Unidos, o governo avalia operações militares que poderiam incluir ataques a estruturas ligadas a cartéis de drogas na Venezuela.
Em meio às discussões, o Departamento de Justiça ofereceu recompensa de US$ 50 milhões por informações que levassem à captura de Maduro. Além disso, navios e aeronaves militares foram enviados ao Caribe, oficialmente para combater o tráfico internacional de drogas.
Na quarta-feira (22), o Washington Post revelou que os Estados Unidos preparam uma escalada nas ações na costa venezuelana, com agentes da CIA diretamente envolvidos.
De acordo com o jornal, Donald Trump autorizou operações secretas da agência, classificadas como “ações agressivas contra o governo venezuelano”. Fontes indicam que o documento não ordena explicitamente a derrubada de Maduro, mas permite medidas que podem levar a esse resultado.
Essas informações reforçam as especulações sobre uma possível operação de forças especiais na região, na qual os “Night Stalkers” teriam papel estratégico no transporte e apoio tático das tropas americanas. Com informações: g1
