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João Gomes posa para fotos antes de ser entrevistado no programa g1 Ouviu, em São Paulo — Foto: Fábio Tito/g1 (Legenda: Fábio Tito)
Por: Editorial | 24/10/2025 07:59
Seis anos separam o estudante de agropecuária do Instituto Federal do Sertão Pernambucano, em Petrolina (PE), do fenômeno musical que João Gomes é hoje. Em 2019, ele cantava entre amigos e fazia pequenos vídeos de forró. Dois anos depois, aos 19 anos, subiu pela primeira vez ao palco e se destacou na onda do piseiro, ritmo que dominou o país durante a pandemia.
Com o sucesso de “Meu Pedaço de Pecado”, João se tornou um nome constante nas paradas. O reconhecimento continuou mesmo após a queda do piseiro nas rádios, consolidando o cantor como um artista versátil e duradouro.
Em 2021, viu seus seguidores saltarem de 10 mil para 2,5 milhões. Hoje, soma mais de 16 milhões e uma legião de fãs fiéis.
(João Gomes posa para fotos antes de ser entrevistado no programa g1 Ouviu, em São Paulo — Foto: Fábio Tito/g1)
João ultrapassou as barreiras do gênero que o revelou. O crítico musical Mauro Ferreira aponta 2023 como o “ponto de virada” na carreira do cantor, quando Vanessa da Mata o convidou para cantar Comentário a Respeito de John, de Belchior, no álbum Vem Doce.
“O universo da MPB é elitista. Vanessa abriu uma porta importante para João. Ele ganhou o respeito de artistas e ouvintes que antes ignoravam o piseiro”, analisa Ferreira.
O respeito cresceu: João já gravou com Gilberto Gil e Lulu Santos, recebeu elogios de Caetano Veloso e entrou em estúdio com Marisa Monte, que o apelidou de “Arnaldo Gomes”, comparando sua voz grave à de Arnaldo Antunes.
(Existe alguém que não gosta de João Gomes? — Foto: Reprodução/Instagram)
João coleciona feats que atravessam estilos e públicos. Já dividiu o microfone com Padre Marcelo Rossi, Raquel dos Teclados e o grupo Menos é Mais. “A gente nunca se limita. Se é bom, a gente faz”, diz Daniel Mendes, produtor e parceiro de composição do artista.
Em 2025, lançou o projeto “Dominguinho”, com Jota.Pê e Mestrinho, um tributo contemporâneo ao forró. O álbum rendeu uma turnê nacional e indicações em prêmios.
(Projeto “Dominguinho” reúne João Gomes, Mestrinho e Jota Pê — Foto: Divulgação)
No mesmo ano, João foi escolhido para estrear o Tiny Desk Concert Brasil, versão nacional do icônico projeto da NPR. Segundo Barbara Teixeira, produtora executiva do programa, “João representa a ponte entre a tradição e o futuro da música brasileira”.
O cantor grava neste domingo (26) seu novo álbum, nos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro. O projeto contará com participações de Zeca Pagodinho, Ivete Sangalo, MC Cabelinho e Ruan Vitor Vaqueirinho.
“Ele já é grande, mas ainda há espaço para crescer. Em 2026, João pode se tornar unanimidade entre público, artistas e críticos”, aposta Mauro Ferreira.
Fora dos palcos, o artista segue fiel às origens. Recentemente, emocionou-se ao reencontrar uma professora da infância durante um show em Petrolina — cena que viralizou nas redes sociais.
(João Gomes se emociona ao rever professora — Foto: Reprodução)
Carismático e reservado, João mantém hábitos simples. Viaja sempre com a mesma equipe — produtor, segurança, videomaker e fotógrafo — e prefere gravar perto de casa. Seu último álbum foi feito na casa da avó, em Serrita (PE), cidade onde nasceu.
“Hoje, ele é como uma pipa: voa alto, mas sabe de onde veio”, resume o produtor Daniel Mendes.
(João Gomes se apresenta no Tiny Desk Brasil — Foto: Divulgação)
Com voz grave, presença marcante e uma conexão genuína com o público, João Gomes ultrapassou as fronteiras do piseiro para se tornar um símbolo da nova música popular brasileira — querido por fãs, respeitado por críticos e admirado por ídolos. Com informações: g1
