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“A suinicultura portuguesa é hoje uma das mais competitivas do mundo”


João Bastos, secretário-geral da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS), destaca a modernização tecnológica, a concentração empresarial e a crescente capacidade exportadora como pilares da nova fase do setor.
João Bastos, secretário-geral da FPAS, destaca a modernização e a capacidade exportadora como fatores decisivos para a competitividade da suinicultura portuguesa (Crédito: FPAS). Por: Editorial | 31/10/2025 13:23

O setor da suinicultura em Portugal vive um momento de profunda transformação, resultado da modernização tecnológica, da integração de profissionais altamente qualificados e da consolidação empresarial. João Bastos, secretário-geral da FPAS, descreve um panorama bastante distinto daquele de há duas décadas.

Segundo o dirigente, a evolução técnica tem sido marcada por melhorias genéticas aceleradas e pela adoção de técnicas de maneio inovadoras, como a inseminação artificial pós-cervical, que elevaram de forma significativa os índices zootécnicos. No campo empresarial, as sucessivas crises enfrentadas nas últimas duas décadas levaram à verticalização do setor, com empresas a investirem em fábricas próprias de ração e unidades industriais de carne, garantindo o controlo de toda a cadeia produtiva.

“Houve ganho de escala de algumas empresas, dotando-se de capacidade exportadora”, afirmou Bastos, sublinhando que a suinicultura portuguesa atingiu níveis de produtividade comparáveis aos melhores do mundo, o que a torna hoje altamente competitiva no mercado global.

(Foto: Divulgação)

O peso económico da atividade é expressivo. Apenas na produção, o volume de negócios atingiu 816 milhões de euros em 2024. Quando considerada toda a fileira — desde os alimentos compostos até à indústria da carne —, o setor movimenta cerca de 2,5 mil milhões de euros anuais.

Entre os principais desafios enfrentados pelos produtores, o secretário-geral aponta o licenciamento das explorações. Muitas foram construídas no final da década de 1970, em regiões que, com o crescimento urbano, passaram a estar inseridas em zonas habitacionais. Isso gerou conflitos com os instrumentos de gestão territorial e dificultou a regularização.
“Temos a atividade pecuária regularizada em edifícios irregulares”, observa Bastos, defendendo a criação de um enquadramento legal ágil que permita resolver o problema de forma definitiva.

As ameaças sanitárias também estão no centro das preocupações. A Peste Suína Africana, que se alastra pela Europa Central e de Leste, preocupa o setor português. Embora a Península Ibérica e a França permaneçam livres da doença, João Bastos alerta para a necessidade de vigilância e rigor na biossegurança.
“Temos trabalhadores oriundos de países afetados, circulação rodoviária que atravessa regiões contaminadas e sistemas extensivos que, por natureza, estão mais expostos ao contacto com javalis. A prevenção é essencial para manter o país indemne”, concluiu. Com informações: Voz do Campo




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