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Selic a 15%: mercado espera manutenção de juros e discute duração do “período bastante prolongado” do Copom


Comitê de Política Monetária deve manter a taxa básica em 15% nesta semana, enquanto economistas avaliam até quando o Banco Central sustentará o tom austero diante da desaceleração econômica e da desinflação gradual.
Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, comanda reunião do Copom em meio a discussões sobre o “período bastante prolongado” de juros altos. (Crédito: Jose Cruz) Por: Editorial | 03/11/2025 07:32

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta semana para mais uma decisão de política monetária. A expectativa do mercado é praticamente unânime: a Taxa Selic deve ser mantida em 15% ao ano. A principal dúvida, no entanto, está na comunicação do Comitê — especialmente sobre a continuidade da expressão “período bastante prolongado” em referência à manutenção dos juros em patamar elevado.

Especialistas consultados pela IstoÉ Dinheiro afirmam que o Banco Central deve preservar o tom cauteloso. Para Flávio Serrano, economista-chefe do Banco BMG, é possível uma postura levemente menos austera, mas o trecho sobre a manutenção prolongada deve permanecer. Serrano projeta o início do ciclo de cortes apenas no primeiro trimestre de 2026, com a Selic encerrando o processo em torno de 12%. Segundo ele, a queda da inflação é impulsionada pela redução dos preços de alimentos e bens industriais, embora ainda distante da meta de 3%.

Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, avalia que, apesar da melhora nas expectativas, a inflação corrente segue acima do objetivo e o mercado de trabalho permanece aquecido. Ele acredita que o Copom reconhecerá o avanço, mas manterá a sinalização de juros altos por um “período bastante prolongado”. O banco projeta Selic em 15% ao fim de 2025 e 12,25% em 2026.

Gustavo Sung, economista da Suno, reforça que a autoridade monetária deve adotar tom firme, reiterando o compromisso com a convergência da inflação à meta. Para ele, as condições atuais ainda pedem cautela, especialmente diante da resiliência do consumo e da inflação de serviços. A projeção da casa é de início do ciclo de cortes apenas em março de 2026, com a taxa básica encerrando o ano em 12,50%.

A equipe do C6 Bank, liderada por Felipe Salles, também aposta na manutenção da Selic em função da persistência das pressões inflacionárias e da força da atividade econômica. Já o Itaú destaca que, embora haja sinais de desaceleração e inflexão no mercado de trabalho, o cenário ainda exige política monetária contracionista.

Sung acrescenta que o atual nível elevado dos juros tem sido essencial para consolidar o processo de desinflação e permitir, no futuro, cortes sustentáveis. Segundo ele, a política restritiva deve resultar em desaceleração mais intensa da atividade até o fim do ano, abrindo espaço para ancorar expectativas e manter a trajetória de queda dos preços.

As projeções do Boletim Focus indicam melhora recente: o mercado reduziu pela quinta semana seguida as estimativas de inflação, agora em 4,56% para 2025, ante 4,81% anteriormente. Para 2026, a projeção está em 4,20%. Apesar do avanço, analistas ainda veem desancoragem das expectativas de longo prazo, o que justifica a manutenção da postura austera do BC.

No cenário internacional, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, cortou pela segunda vez no ano sua taxa básica em 0,25 ponto percentual, levando a banda para entre 3,75% e 4%. O movimento ampliou o diferencial de juros entre Brasil e EUA, fator que pode atrair capital estrangeiro e oferecer maior margem de manobra ao Banco Central brasileiro no futuro. Com informações:IstoÉDinheiro




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