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Crise climática ameaça produção de cacau e pode tornar o chocolate mais caro e raro


Secas prolongadas e aumento das temperaturas estão reduzindo as safras em países produtores e elevando o preço do produto em todo o mundo.
O chocolate pode se tornar um produto caro e raro no mercado (Foto: Karoline Barbierotti/Divulgação) Por: Editorial | 04/11/2025 08:26

Já pensou em ficar sem o chocolate da sobremesa? Não por dieta, mas porque ele pode se tornar um produto raro e caro, difícil de encontrar nas prateleiras. As mudanças climáticas estão alterando as condições ideais para o cultivo do cacau, matéria-prima essencial do chocolate, e afetando a oferta global do doce.

A produção do cacau depende de temperaturas estáveis e de alta umidade, características de regiões tropicais próximas à linha do Equador. Nos últimos anos, no entanto, o aumento das temperaturas e a redução das chuvas têm comprometido justamente os principais países produtores.

Mais de 60% do cacau mundial vem de quatro nações da África Ocidental — Costa do Marfim, Gana, Nigéria e Camarões. Esses países vêm enfrentando períodos de seca mais longos e calor mais intenso, o que reduz as safras e afeta a qualidade do produto.

Em 2024, considerado o ano mais quente já registrado, a produção global caiu, e o preço do cacau disparou. A tonelada chegou a ultrapassar os 11 mil dólares na Bolsa de Nova York, mais que o dobro do valor do ano anterior.

No Brasil, o cenário também preocupa. O país é um dos principais produtores de cacau do mundo, com destaque para o Nordeste, onde o avanço do calor extremo, a escassez de chuva e o aumento de pragas ameaçam a produtividade. Essa combinação já tem reflexos diretos no bolso do consumidor: o chocolate está mais caro, e especialistas alertam que essa tendência deve continuar caso o aquecimento global se intensifique.

Os efeitos da crise climática vão além do preço do chocolate. O aumento das temperaturas e a irregularidade das chuvas também ameaçam outras culturas agrícolas importantes, como grãos, frutas e café, o que agrava o risco de insegurança alimentar.

No Brasil, a vulnerabilidade é evidente. O café, por exemplo, vem sofrendo com o calor excessivo nas tradicionais regiões produtoras de Minas Gerais e São Paulo. O arroz também enfrenta impactos, com estiagens e enchentes — como as que atingiram o Rio Grande do Sul — prejudicando a colheita.

Essas mudanças comprometem a oferta de alimentos básicos, elevam o custo da comida e alimentam a inflação. O clima, antes visto apenas como uma questão ambiental, tornou-se um fator central de desigualdade e de insegurança alimentar global. Com informações: g1




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