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Réu acusado de matar Ana Caroline, jovem lésbica encontrada com o rosto desfigurado, será julgado nesta quarta-feira no Maranhão


Elizeu Castro responde por homicídio triplamente qualificado. Ana Caroline Sousa Campelo, de 21 anos, foi morta em dezembro de 2023 em Maranhãozinho (MA). Caso reacende o debate sobre o reconhecimento do lesbocídio como tipo penal.
Ana Caroline Sousa Campelo, de 21 anos, foi encontrada morta com sinais de extrema violência em Maranhãozinho (MA). (Foto: Arquivo pessoal/Polícia Civil) Por: Editorial | 05/11/2025 07:51

Está marcado para esta quarta-feira (5) o julgamento do acusado de matar a jovem lésbica Ana Caroline Sousa Campelo, de 21 anos. O crime ocorreu em dezembro de 2023, em Maranhãozinho (MA), a 232 km de São Luís. Ana Caroline foi encontrada morta com o rosto sem pele e os olhos arrancados, após sair do trabalho.

O acusado está preso desde 2024 e será julgado por homicídio triplamente qualificado, com agravantes de emboscada, tortura e feminicídio. Imagens de câmeras de segurança mostraram Ana Caroline caminhando por uma rua da cidade antes de ser abordada por um homem de camiseta branca em uma moto, identificado pelo Ministério Público (MP).

O julgamento, que chegou a ser adiado em julho, contará com cinco testemunhas de acusação e depoimentos da defesa. A mãe da vítima, afirma ainda buscar respostas sobre as circunstâncias do crime. Segundo ela, nunca recebeu detalhes do que ocorreu.

“Eu nunca tive esse assunto. ‘Olha, aconteceu isso, o cara ficou observando tantos dias’. Nunca tive esse tipo de conversa”, lamenta a mãe da vítima. Ela relembra a última conversa com a filha, uma semana antes da morte, e diz que Ana Caroline não demonstrava preocupação nem relatou ameaças. “Espero que ele seja condenado e cumpra essa pena todinha, se for 20, 30 ou 40 anos. Quem perdeu fui eu. Ele tirou minha filha. Esse motivo, eu ainda não tive essa resposta”, afirma.

A advogada da família e assistente de acusação, Luanna Lago, classifica o caso como um crime de ódio motivado pela orientação sexual da vítima — um lesbocídio. Para ela, o julgamento por júri popular tem importância simbólica e social.

“Quando o povo compreende a gravidade do crime e condena o réu, significa que a sociedade não aceita mais que mulheres lésbicas sejam desumanizadas e tratadas de forma monstruosa”, destaca Lago.

A advogada e ativistas do movimento LGBTQIA+ defendem que o lesbocídio seja reconhecido como um tipo penal específico, assim como ocorreu com o feminicídio. O objetivo é que homicídios motivados pela orientação sexual de mulheres sejam reconhecidos como crimes de ódio e tenham agravantes legais.

“É importante dar visibilidade a esses casos, mostrar que existimos e que esses crimes continuam acontecendo”, afirma a ativista Maria Esteves, do coletivo Lesbo Amazônidas. Ela reforça a necessidade de apoio do poder público para garantir prevenção, promoção de direitos e reparação às famílias e comunidades afetadas. Com informações: g1




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