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Dia da Saúde na COP 30 vai fortalecer sistemas de saúde resilientes às mudanças do clima


Plano de Ação em Saúde de Belém, reconhecido pela OMS, será lançado nesta quinta-feira (13) e propõe adaptar sistemas de saúde aos impactos das mudanças climáticas.
Ministro Alexandre Padilha durante entrevista sobre o Dia da Saúde na COP 30, em Belém. (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil) Por: Editorial | 13/11/2025 07:20

Pela primeira vez na história das Conferências das Partes (COPs), a saúde ganha um dia inteiro dedicado às discussões sobre clima e adaptação. Nesta quinta-feira (13), a COP 30, realizada em Belém (PA), promove o Dia da Saúde, que marca o lançamento do Plano de Ação em Saúde de Belém, iniciativa inédita reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos principais marcos internacionais para fortalecer sistemas de saúde resilientes às mudanças climáticas.

Em entrevista à Voz do Brasil, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que os efeitos da crise climática já são visíveis no cotidiano dos brasileiros e têm impacto direto sobre o funcionamento dos serviços de saúde.

“As mudanças climáticas já estão mexendo na nossa vida hoje. Todo mundo se assustou com a destruição em Rio Bonito do Iguaçu, causada por um ciclone que nunca tinha acontecido no Brasil. Das seis unidades de saúde da cidade, cinco foram destruídas. Isso é reflexo das mudanças climáticas”, afirmou o ministro.

Segundo Padilha, eventos extremos como ciclones, enchentes e secas prejudicam o acompanhamento de pacientes e interrompem serviços básicos, como vacinação, pré-natal e tratamentos contínuos.

O plano a ser apresentado em Belém propõe adaptações nos sistemas de saúde para reduzir mortes e ampliar a capacidade de resposta frente a desastres climáticos. “Além de reduzir emissões e mitigar impactos, precisamos adaptar as estruturas de saúde ao novo cenário climático global”, reforçou o ministro.


Três eixos principais do Plano de Ação em Saúde de Belém

1. Monitoramento e prevenção de impactos climáticos
Um dos exemplos citados por Padilha é o Centro Operacional Integrado de Dados Epidemiológicos do Rio de Janeiro, que monitora, em tempo real, a relação entre aumento da temperatura e internações por doenças respiratórias ou desidratação. “Com esse tipo de sistema, é possível antecipar ações, comprar medicamentos antes e orientar equipes de saúde”, explicou.

2. Serviços adaptados a populações vulneráveis
Na Amazônia, o plano prevê o fortalecimento de estruturas móveis de saúde. O ministro visitou em Belém dois barcos-hospitais que fazem atendimentos e cirurgias em comunidades ribeirinhas, agora com financiamento federal de R$ 20 milhões. A iniciativa deve ampliar o acesso a cirurgias, mamografias e exames especializados.

“A Amazônia é o paracetamol do mundo. Cuidar da saúde do nosso povo aqui é cuidar da saúde do planeta”, afirmou Padilha.

3. Inovação e pesquisa em saúde e biodiversidade
O governo também anunciou R$ 60 milhões em investimentos, em parceria com a Embrapi, para o desenvolvimento de medicamentos e tecnologias a partir da biodiversidade amazônica. A meta é aliar inovação científica à preservação ambiental.


Infraestrutura e legado para Belém

Durante a COP 30, Belém recebeu um Centro Integrado de Operação e Controle da Área da Saúde, que reúne equipes do governo federal, estadual e municipal. Desde o início do evento, mais de mil atendimentos médicos foram realizados, com apenas 1% de internações.

Padilha destacou que a estrutura permanecerá como legado da conferência. Além disso, o Ministério da Saúde anunciou investimentos em seis novos equipamentos de radioterapia no Pará, que serão instalados em Belém, Santarém, Castanhal e outras cidades do interior.

“O que está sendo feito para a COP vai ficar como herança para o povo do Pará. É uma transformação duradoura na saúde pública e na preparação do Brasil para os desafios climáticos”, concluiu o ministro.

Com informações: Agência GOV




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