|
Hoje é Quinta-feira, 27 de Novembro de 2025.
Oferta de gado nos EUA deve voltar ao normal apenas em 2027 (Foto: Reprodução)
Por: Editorial | 14/11/2025 15:05
A JBS, maior produtora global de carnes, registrou lucro líquido de US$ 581 milhões no terceiro trimestre, queda de 16,2% na comparação anual. O desempenho foi impactado pelo aumento dos custos de aquisição de gado nos Estados Unidos e pelos efeitos da gripe aviária sobre a produção e as exportações de carne de frango no Brasil, mesmo com a companhia alcançando receita recorde no período.
O CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, afirmou que a retração foi parcialmente compensada pela forte demanda global por proteínas. Ele destacou que o quarto trimestre, tradicionalmente mais aquecido, deve ser impulsionado pela reabertura dos mercados da China e da União Europeia para o frango brasileiro.
O Ebitda ajustado somou US$ 1,835 bilhão, queda de cerca de 15% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Segundo Tomazoni, a unidade Seara foi diretamente afetada pelo fechamento temporário dos mercados europeu e chinês devido à gripe aviária, o que redirecionou a oferta para outros destinos e pressionou os preços.
Os custos mais altos nos Estados Unidos continuam sendo o principal desafio da empresa. O diretor financeiro e de Relações com Investidores da JBS, Guilherme Cavalcanti, explicou que a oferta de gado no país só deve apresentar melhora significativa a partir de 2027. No trimestre, o Ebitda ajustado da divisão de carne bovina norte-americana foi negativo em US$ 42 milhões, com margem também negativa, enquanto o custo das vendas disparou 18,5%.
Apesar das pressões, a JBS destacou que a demanda nos EUA permanece forte, e o faturamento na América do Norte atingiu nível recorde. Das vendas globais de US$ 22,6 bilhões no trimestre, alta de 13% ano a ano, a operação de carne bovina na região respondeu por US$ 7,25 bilhões.
Na área financeira, Cavalcanti afirmou que a companhia deve encerrar 2025 com alavancagem abaixo de 2,5 vezes a relação dívida líquida/Ebitda ajustado, após fechar o terceiro trimestre em 2,4 vezes — patamar alinhado à meta de longo prazo. Ele mencionou ainda a recompra de US$ 600 milhões em ações e ressaltou a valorização de mais de 20% dos papéis desde o início do ano, impulsionada pela dupla listagem nos EUA.
Segundo o executivo, a estrutura da dívida também favorece o planejamento da empresa, já que um terço dos compromissos tem vencimento após 2050 e não há pagamentos previstos até 2031. Com informações: Forbes
