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Produtos alimentícios brasileiros como café e carne voltam a ser importados pelos EUA com tarifas reduzidas (foto: referência).
Por: Editorial | 15/11/2025 07:23
Os Estados Unidos anunciaram, na noite desta sexta-feira (14), a redução das tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios, incluindo café, carne, açaí e manga. Para o Brasil, a carga tributária passou de 50% para 40%. A mudança gerou dúvidas iniciais entre exportadores brasileiros quanto ao alcance da redução.
O Ministério da Agricultura esclareceu posteriormente que a medida se aplica exclusivamente às taxas de reciprocidade impostas em abril pelo presidente Donald Trump, que acrescentaram 10% sobre produtos de diversos países, incluindo o Brasil. No entanto, a tarifa adicional de 40%, decretada em julho para itens brasileiros, permanece em vigor.
Alguns setores do agronegócio, como o de café, esperavam que a cobrança fosse totalmente suspensa. As negociações entre os dois países se intensificaram nas últimas semanas e ganharam ritmo após o encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em outubro, na Malásia. Um novo diálogo ocorreu na quinta-feira, quando o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Após a conversa, Vieira afirmou aguardar um "mapa do caminho" para orientar futuras negociações.
Apesar disso, Trump declarou que não considera novos cortes. Segundo ele, a redução anunciada representa “um pequeno recuo” e contribuirá para aliviar a pressão dos preços internos, especialmente do café e da carne, cujos valores têm subido nos Estados Unidos. O Brasil é o maior fornecedor de café para o mercado norte-americano e um dos principais de carne, produtos que têm influenciado a inflação local.
A ordem executiva assinada nesta sexta-feira não citou países específicos. Trump afirmou ter levado em conta recomendações de autoridades responsáveis por monitorar o impacto do tarifaço, além da demanda doméstica e da capacidade interna de produção. A mudança vale para produtos importados e retirados de armazém desde a quinta-feira (13). A Casa Branca também atualizou a lista de itens beneficiados, incluindo carne e café, antes ausentes.
A decisão foi bem recebida por autoridades brasileiras. O embaixador Celso Amorim e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificaram a medida como positiva, mas ressaltaram a necessidade de manter atenção aos produtos ainda sujeitos às tarifas elevadas. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) comemorou a mudança, destacando a importância do mercado norte-americano para o setor. Já a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) avaliou a medida como relevante, mas demonstrou preocupação com a exclusão da uva, segunda fruta brasileira mais exportada para os EUA, da lista de reduções. Com informações: g1
