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Mercado brasileiro de trigo mantém cautela enquanto avanço da colheita pressiona preços


Negociações seguem lentas à espera de definições da Conab sobre leilões de apoio à comercialização.
Trabalhos de colheita no Brasil avançam enquanto o mercado mantém cautela diante da definição de novos leilões da Conab (foto: Brandt). Por: Editorial | 15/11/2025 07:25

O mercado brasileiro de trigo opera em ritmo reduzido, com liquidez limitada e negociações pontuais. Compradores e vendedores aguardam o edital da Companhia Nacional de Abastecimento para os leilões de PEP e Pepro, mantendo o setor em compasso de espera. Segundo o analista da Safras & Mercado, Elcio Bento, a combinação entre incertezas climáticas e avanço da colheita favorece um ambiente de cautela, no qual os agentes tentam ajustar preços a um ponto de equilíbrio.

No Paraná, a colheita avança de forma acelerada. Produtores buscam concluir os trabalhos antes da intensificação das chuvas previstas para as próximas semanas. Mesmo com precipitações recentes, relatos de campo indicam que a qualidade do cereal tem sido preservada. Bento afirma que o peso hectolítrico, embora impactado em algumas áreas, ainda permite a mistura de lotes para alcançar o padrão Tipo 1. A expectativa é de que a colheita seja finalizada até o fim de novembro, com apenas 10% a 15% da área restante.

As cotações no Paraná permaneceram praticamente estáveis ao longo da semana. Nos Campos Gerais, os preços CIF para moinhos variaram entre R$ 1.200 e R$ 1.250 por tonelada no mercado spot. Em Curitiba, as indicações ficaram próximas de R$ 1.230 por tonelada, enquanto negócios a R$ 1.250 por tonelada CIF foram registrados em Ponta Grossa para entrega e pagamento em janeiro.

No Rio Grande do Sul, o mercado segue com pouca liquidez. O avanço da colheita depende diretamente das condições do tempo e a previsão de novas chuvas pode interromper temporariamente os trabalhos, aumentando a preocupação entre agentes do setor. As ofertas para moinhos locais ficaram entre R$ 1.140 e R$ 1.150 por tonelada posto indústria, equivalentes a R$ 1.000 a R$ 1.030 por tonelada no interior, variando conforme a região e a qualidade do produto.

O trigo nacional permanece negociado com significativo deságio em relação à paridade de importação. Em Ponta Grossa, o cereal cotado a R$ 1.180 por tonelada está R$ 134,09 abaixo da paridade hard para o estado, calculada em R$ 1.314,09. Em Carazinho, no Rio Grande do Sul, a tonelada a R$ 1.020 está R$ 244,46 abaixo do valor de referência hard, estimado em R$ 1.264,46. Para Bento, essa diferença reforça a pressão de venda sobre a safra brasileira, evidenciando um cenário de desvalorização do trigo nacional. Com informações: Portal do Agronegócio




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