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Cultivo sustentável de ostras no Pará se torna modelo de parceria entre comunidade e Estado


Tecnologias sociais, saberes tradicionais e apoio institucional transformam a Vila Lauro Sodré em referência de produção sustentável dentro da Reserva Extrativista Mãe Grande de Curuçá.
Coletores de ostras instalados na Reserva Extrativista Mãe Grande de Curuçá, exemplo de produção sustentável no Pará (Fotos: Paulo D. Souza/Agência Gov). Por: Editorial | 17/11/2025 13:36

A Vila Lauro Sodré, localizada em Curuçá, no nordeste do Pará, tornou-se referência nacional em produção sustentável graças ao trabalho organizado de sua comunidade e ao apoio de políticas públicas ambientais. A atividade de cultivo de ostras foi aprimorada com o uso de tecnologias sociais que ampliaram a capacidade de produção e reduziram perdas, elevando o aproveitamento das “sementes” de ostras de 50% para mais de 90%. A técnica utiliza coletores confeccionados com garrafas PET instalados na área do estuário, ambiente rico em biodiversidade.

O método foi introduzido no início dos anos 2000 pelo biotecnólogo cubano Leonardo Zayas, atendendo a um pedido do Sebrae, e mudou a realidade local. Para os moradores, como o ostreicultor José da Silva Galvão, vice-presidente da Associação de Aquicultores de Vila Lauro Sodré, o conhecimento técnico e a organização comunitária foram fundamentais para preservar a atividade e garantir renda às famílias.

 (Fotos: Paulo D. Souza/Agência Gov).

O trabalho se desenvolve dentro da Reserva Extrativista Mãe Grande de Curuçá, uma das 344 unidades de conservação administradas pelo ICMBio, responsável por promover o manejo sustentável dos recursos naturais em parceria com populações tradicionais. A reportagem do Canal Gov, que visitou a região, constatou que a combinação entre saberes ancestrais e pesquisa científica fortalece a comunidade, que recebe capacitações para aprimorar a gestão do cultivo e se proteger de predadores naturais, criminosos ambientais e da ação de piratas.

O oceanógrafo Renan Peixoto, da Universidade Federal do Pará, explicou que ferramentas tecnológicas, como a inteligência artificial Iasmin, auxiliam na adaptação climática ao analisar salinidade e condições do estuário, permitindo que os produtores definam o melhor momento para a instalação dos coletores. O trabalho integra esforços do ICMBio, da Rare e de instituições de pesquisa para fortalecer a segurança alimentar e econômica da população local.

Além da ostreicultura, moradores como Milene Bentes do Nascimento ampliam a renda com artesanato produzido a partir de cascos de ostras e pequenas plantações, como hortaliças e açaí. Para as novas gerações, a atividade sustentável e o apoio institucional representam oportunidades de futuro, refletidas nos planos das jovens Nayra e Camila, que desejam ingressar na medicina veterinária. Com informações: Agência GOV




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