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“Cuidar do cliente é, na verdade, cuidar dos nossos e cuidar de mim”, afirma empreendedor


Empresário cria marca que valoriza a história negra e reforça o impacto do afroempreendedorismo no mercado brasileiro.
Brincos da Saúda Afro carregam referências da história negra brasileira (Foto: Divulgação). Por: Editorial | 19/11/2025 09:23

O empreendedor Anderson Rosa conta que sua trajetória começou em 2016, durante um ensaio de Samba Rock, quando observou uma amiga usando um brinco chamativo. Ao perguntar o motivo, ouviu que ela recorria ao acessório para evitar comentários sobre a transição capilar. A situação revelou uma demanda e, com ela, a oportunidade de criar produtos que falassem sobre identidade, história e resistência.

(Foto: Divulgação)

Fundador da Saúda Afro, em Guarulhos (SP), Anderson desenvolve brincos que carregam referências da cultura negra e homenageiam figuras históricas. Ele afirma que a marca busca resgatar um orgulho ancestral e preencher lacunas deixadas pela ausência de representatividade nos materiais escolares. Cada peça é pensada para contar histórias e reforçar a conexão do cliente com suas raízes.

De acordo com dados do Sebrae, o Brasil possui mais de 16 milhões de empreendedores negros, um crescimento de 22,1% na última década. Apesar da expansão, a renda média desse grupo ainda é bastante inferior à dos empreendedores brancos. Para Anderson, o avanço do afroempreendedorismo é também um ato de resistência, reforçando a importância de marcas com propósito.

(Foto: Divulgação)

A gestora nacional de Afroempreendedorismo do Sebrae, Fau Ferreira, destaca que 52,7% dos micro e pequenos empreendedores do país são pessoas negras e que esse grupo movimenta cerca de R$ 1,7 trilhão ao ano. Ela aponta que apoiar negócios liderados por pessoas negras é essencial para equilibrar a distribuição de renda e ampliar o acesso às oportunidades.

No mercado, Anderson observa que empreendedores enfrentam o desafio de se diferenciar em meio à concorrência. Ele ressalta que é inviável competir apenas pelo produto e que agregar valor por meio de histórias e identidade é fundamental. Também menciona a falta de acesso a mentorias e redes de apoio, o que intensifica a sensação de solidão no empreendedorismo.

Para lidar com as demandas e pressões, o empresário desenvolveu um processo que coloca o cuidado como prioridade, tanto com os clientes quanto com a própria equipe e consigo mesmo. Ele acredita que empreender é, acima de tudo, sobre pessoas, e que a conexão é essencial para que ninguém enfrente o caminho de forma isolada.

Fau Ferreira reforça que o Sebrae tem ampliado ações voltadas a grupos sub-representados, promovendo eventos e criando oportunidades de exposição e mercado para empreendedores negros. Com informações: Agência Sebrae




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