Parcela da população em home office cai para 7,9% dos trabalhadores

A proporção de trabalhadores em home office diminuiu pelo segundo ano consecutivo no Brasil. Em 2024, cerca de 6,6 milhões de pessoas realizavam suas atividades profissionais no próprio domicílio, número inferior ao registrado em 2022, quando o total superava 6,7 milhões. Em termos proporcionais, a participação caiu de 8,4% para 7,9% dos trabalhadores. O ponto de inflexão ocorreu em 2023, quando 6,61 milhões atuavam em casa, representando 8,2% do total.

Os dados integram uma edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento apresenta números anuais desde 2012, com exceção de 2020 e 2021, períodos em que a pandemia inviabilizou a coleta. As informações se referem ao universo de 82,9 milhões de trabalhadores em 2024, excluindo servidores públicos e empregados domésticos.

Segundo o IBGE, a categoria “trabalho no domicílio de residência” também inclui pessoas que utilizam espaços de coworking. As mulheres são maioria entre os trabalhadores remotos, representando 61,6% desse grupo. Quando analisada a participação dentro do total de trabalhadores, 13% das mulheres atuavam em home office, enquanto entre os homens o percentual era de 4,9%.

O instituto destaca que o trabalho remoto ganhou força após a pandemia de Covid-19. Em 2012, apenas 3,6% dos trabalhadores estavam nessa condição; o pico foi registrado em 2022, com 8,4%, antes da queda observada nos últimos dois anos. Mesmo assim, o índice permanece acima do período pré-pandemia.

A redução do home office tem provocado insatisfação em setores empresariais. No início de novembro, o Nubank iniciou um processo gradual de retorno presencial, o que resultou na demissão de 12 funcionários, segundo o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região. Em março, trabalhadores da Petrobras realizaram paralisação em protesto contra a diminuição do teletrabalho.

A pesquisa também detalha outros locais de atuação: 59,4% trabalham no estabelecimento do próprio empreendimento; 14,2% em locais designados pelo empregador; 8,6% em áreas rurais; 4,9% em veículos; 2,2% em vias públicas; 1,6% em estabelecimentos de terceiros; 0,9% no domicílio do empregador; e 0,2% em outros locais. O trabalho realizado em veículos aumentou de 3,7% em 2012 para 4,9% em 2024, influenciado pelo crescimento de aplicativos de transporte e serviços de alimentação itinerante. Entre esses trabalhadores, mulheres representam apenas 5,4% do total. Com informações: IstoÉDinheiro