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Hemerson José da Silva encontrou na pintura uma forma de cura e expressão pessoal, levando suas obras para vários países (Foto: Arquivo pessoal)
Por: Editorial | 21/11/2025 08:45
Hemerson José da Silva, de 48 anos, guarda municipal e morador de Bonito, transformou a pintura no caminho para superar a depressão e reconectar-se às próprias raízes. Nascido em Campo Grande e criado entre a capital e o Pantanal de Miranda, ele cresceu cercado pelas paisagens que mais tarde se tornariam inspiração para suas obras. O resultado desse resgate pessoal já ultrapassou fronteiras: hoje, suas telas estão na Alemanha, Estados Unidos e Holanda.
Autodidata, Hemerson começou a pintar em 2014, inicialmente com pincel. Depois de dois anos, adotou a espátula como ferramenta principal — técnica que utiliza até hoje em 100% de suas obras e que o aproxima do estilo impressionista. Sua maior referência é o pintor francês Claude Monet. Além disso, ele não usa solvente em sua pintura, característica que considera um diferencial no próprio trabalho.
Segundo o artista, foi a arte que o salvou da depressão. “Sou autodidata, comecei por motivos de depressão e a cura encontrei na pintura. É onde me encontro com minhas raízes, minha alma pantaneira”, afirma. As lembranças do Pantanal, as comitivas, os ipês e o cotidiano do homem boiadeiro são elementos frequentes nas telas.


(Foto: Arquivo pessoal)
A ancestralidade também é uma força criativa marcante. Descendente de indígenas por parte da avó materna e de negros pelos avós paternos, Hemerson canaliza essas influências em obras que abordam identidade, resistência e liberdade. Em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, ele produziu a exposição “Corpo-Luz: Libertar pela Arte”, exibida em escolas e instituições de Bonito.
Para o guarda municipal, a arte funciona como contraponto ao rigor do trabalho na segurança pública. “Uso como inspiração o choque de dois mundos tão antagônicos. De dia, disciplina e hierarquia; na arte, a expressão da minha identidade”, conta.
Entre os trabalhos que ganharam o mundo, destacam-se as telas “Boiada Pantaneira”, vendida por R$ 4 mil, e “Majestade Ancestral”, que retrata um indígena. As encomendas são feitas diretamente com o artista pelo número (67) 9203-9729. Com informações: Campo Grande News
