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Inovação de jovem cientista negra na COP30 reacende debate sobre afroempreendedorismo no Brasil


Maiô absorvente reutilizável desenvolvido por pesquisadoras negras ganha destaque na Green Zone, enquanto Sebrae anuncia ações estruturantes para fortalecer o afroempreendedorismo no país.
Patrícia Zanella apresenta na COP30 o primeiro maiô absorvente reutilizável do Brasil, inovação da startup EcoCiclo liderada por cientistas negras (Foto: Divulgação) Por: Editorial | 21/11/2025 09:18

A pauta climática da COP30 ganhou um capítulo de inovação social protagonizado por mulheres negras brasileiras. Aos 29 anos, a engenheira e ativista Patrícia Zanella apresentou o primeiro maiô absorvente reutilizável do Brasil, com vida útil de até três anos, desenvolvido para atender meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade menstrual. A tecnologia, criada pela EcoCiclo — startup que também lançou o primeiro absorvente 100% biodegradável do país — integra a Brasil BioMarket, loja colaborativa do Sebrae instalada na Green Zone.

(Foto: Divulgação)

“Eu queria uma alternativa para mulheres em situação de pobreza menstrual. Pensei em doar coletores, até que surgiu a ideia de desenvolver um absorvente biodegradável, de baixo custo e sustentável”, relata a pesquisadora.

Criada e liderada por três cientistas negras — Patrícia Zanella, Adriele Menezes e Helen Nzinga —, a EcoCiclo já impactou 17 mil mulheres no país com soluções sustentáveis de higiene menstrual e projetos sociais. A trajetória, porém, é marcada por desafios. “Ainda enfrentamos dificuldades de acessar determinados espaços por causa da cor da pele. Muitas vezes, subestimam nossa capacidade de inovar e fazer negócios”, afirma Patrícia.

O protagonismo dessas empreendedoras coloca o afroempreendedorismo no centro da discussão global sobre justiça climática. Para Eraldo Santos, gerente adjunto da Unidade de Empreendedorismo Feminino, Diversidade e Inclusão (UEDI) do Sebrae, negócios liderados por pessoas negras — especialmente mulheres — são fundamentais para a bioeconomia, a economia circular e a inovação comunitária. “Essas pessoas carregam barreiras econômicas, estruturais e históricas, mas, mesmo assim, inovam e geram impacto”, destacou.

Durante a COP30, o Sebrae anunciou ações contínuas de fortalecimento do afroempreendedorismo até 2026. Entre elas, um calendário permanente de feiras e eventos de mercado, ampliando o acesso de empreendedores negros a novos consumidores e canais, e o Fampe, fundo de aval para crédito, que busca reduzir uma das principais barreiras enfrentadas por essa população. “Temos perspectivas muito positivas para ampliar nosso portfólio e transformar o empreendedorismo em dignidade na vida dessas pessoas”, reforçou Eraldo.

Com um estande de 400 m² inspirado na Amazônia, o Sebrae transformou sua participação na conferência em um espaço de interação e experiência. A Green Zone reúne reuniões, ativações, exposições, degustações e apresentações culturais, além da loja colaborativa que destaca produtos da bioeconomia. Paralelamente, a instituição mantém a Zona do Empreendedorismo (En-Zone), no Parque Belém Porto Futuro, e outras ações pela capital paraense. A programação segue até 21 de novembro, das 9h às 20h. Com informações: Agência Sebrae




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