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Mais de 90% das áreas de soja no Centro-Oeste avançaram sem desmatamento entre 2019 e 2024. (Foto: Adobe Stock)
Por: Editorial | 21/11/2025 10:18
Um estudo inédito da Serasa Experian revelou que mais de 90% das áreas produtoras de soja na região Centro-Oeste avançaram sem desmatamento entre 2019 e 2024. Ao analisar 74 milhões de hectares distribuídos nos biomas Cerrado e Amazônia, a pesquisa identificou que 90,7% das áreas cultivadas com a oleaginosa não registraram supressão de vegetação — seja legal ou ilegal — no período.
O levantamento abrange os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, principais polos da produção nacional. Na Amazônia do Centro-Oeste, área que compreende parte de Mato Grosso, 90,84% das plantações seguem sem registro de desmatamento desde 2019. No Cerrado, o índice chegou a 88,6%.
De acordo com o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, os dados revelam dois movimentos simultâneos: a expansão da soja sobre áreas já antropizadas, como pastagens, e o aumento da produtividade por hectare. “O uso intensivo de tecnologia contribui para elevar a produção sem necessidade de abertura de novas áreas”, explicou.
A análise utilizou bases como o Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite) e mais de 111 mil registros do Cadastro Ambiental Rural (CAR), seguindo o corte temporal de 31 de julho de 2019, o mesmo adotado pelo Manual de Crédito Rural. Segundo Pimenta, o cenário também indica boa aderência às exigências internacionais, como a lei antidesmatamento da União Europeia.
Os resultados por estado no bioma Cerrado foram: Mato Grosso (91,9% das áreas regulares), Mato Grosso do Sul (90,3%) e Goiás (82,9%). A Conab estima que juntos os três estados devem produzir cerca de 84,6 milhões de toneladas na safra atual.
Mesmo entre os 9,3% de áreas que registraram algum tipo de supressão, parte pode estar em conformidade com a legislação, por meio de Autorização de Supressão de Vegetação (ASV). No entanto, Pimenta destaca a dificuldade de acesso a esses dados. “Não é possível afirmar se houve desmatamento legal ou ilegal, porque as autorizações não são integralmente públicas”, disse.
O estudo reforça uma tendência crescente: a expansão da produção de soja na região com menor pressão sobre áreas nativas, apoiada por tecnologia, intensificação agrícola e maior rigor ambiental. Com informações: Agro Estadão
