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Haddad diz que crime organizado lava dinheiro nos EUA e quer incluir tema em negociações com Trump


Ministro afirma que grupos brasileiros usam empresas e fundos em Delaware para lavagem de dinheiro e cita envio irregular de armas ao país.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista em 28/08/2025 (Foto: REUTERS/Jorge Silva) Por: Editorial | 27/11/2025 13:27

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (27) que sugeriu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva incluir o combate ao crime organizado nas negociações entre Brasil e Estados Unidos. A proposta veio após operações identificarem que grupos criminosos brasileiros têm usado estruturas empresariais norte-americanas para lavar dinheiro e enviar armas ilegalmente ao Brasil.

Segundo Haddad, fundos criados nos EUA estariam simulando investimentos estrangeiros no país. Ele também destacou que a Receita Federal identificou o desembarque de contêineres contendo armas irregulares provenientes do território norte-americano.

“Levamos ao presidente Lula a necessidade de, nas negociações, incluir a pauta da lavagem de dinheiro e da exportação ilegal de armas para o Brasil”, disse o ministro, após reunião na sede da Fazenda.

A fala ocorreu no mesmo dia em que a refinaria privada Refit voltou a ser alvo de autoridades. A empresa é investigada em um esquema de fraude fiscal estimado em R$ 26 bilhões. A operação Poço de Lobato envolve órgãos das três esferas de governo e já motivou o bloqueio de R$ 8,9 bilhões de integrantes do grupo econômico, segundo a Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo.

A Receita afirmou que o esquema utilizava empresas offshore registradas em Delaware, estado dos EUA que permite anonimato e isenção tributária local. Conforme o órgão, esse tipo de estrutura costuma ser associado a práticas de lavagem de dinheiro e blindagem patrimonial.

Haddad declarou que há indícios de que dezenas de empresas e fundos foram constituídos para promover evasão de divisas e lavagem de recursos por meio de empréstimos irregulares, que depois retornariam ao Brasil “de forma lícita”, segundo ele. O ministro classificou o caso como “uma triangulação internacional gravíssima”.

Ele também mencionou que novas ações da Polícia Federal devem incluir recuperação de ativos no exterior, criminalização de não residentes e coordenação com a Interpol.

Haddad reforçou ainda a importância da aprovação, pelo Congresso Nacional, do projeto que define e pune devedores contumazes, medida que ele considera essencial para combater esquemas estruturados de fraude fiscal. Com informações: IstoÉDinheiro




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