A rodovia MS-080, entre Campo Grande e Rio Negro, voltou a registrar atropelamentos de animais silvestres, como cachorros-do-mato e tamanduás-bandeira. No domingo (9), o cinegrafista Jairton Bezerra encontrou os corpos dos animais no trecho e relatou a falta de sinalização para a travessia de fauna. A rodovia, que recebe um fluxo diário de cerca de 2.697 veículos, é uma das mais afetadas pela alta frequência de animais na pista.
Levantamentos técnicos realizados pelo Detran-MS indicam que, embora o movimento de pedestres seja baixo, a presença de animais silvestres aumenta o risco de atropelamentos. Apesar de algumas iniciativas para reduzir esses incidentes, como passagens subterrâneas e sinalizações em outros trechos, ainda existem áreas sem qualquer tipo de estrutura para a proteção da fauna local.
Entre maio de 2023 e abril de 2024, mais de 2.300 animais foram atropelados na BR-262, um trecho que abrange 350 km e liga Campo Grande à ponte do Rio Paraguai. Esse dado é parte do monitoramento realizado pelo Projeto Bandeiras e Rodovias, do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS). Especialistas alertam que a destruição dos habitats naturais e o avanço da urbanização contribuem significativamente para o aumento desses incidentes.
A falta de sinalização adequada e a destruição dos habitats têm forçado animais como tamanduás, lobos-guará e antas a cruzarem rodovias em busca de alimento e água. Esse movimento, aliado ao desrespeito aos limites de velocidade por parte de motoristas, resulta em um número crescente de atropelamentos, colocando em risco a fauna sul-mato-grossense.