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China compra quantidade recorde de soja brasileira em meio à tensão comercial com os EUA


Aquisição de mais de 2,4 milhões de toneladas reflete as tensões entre as duas maiores economias globais e as altas no farelo de soja.
A crescente demanda chinesa por soja brasileira destaca o cenário de incertezas comerciais e a valorização do farelo de soja. Foto: Pixabay/Montagem: Canal Rural Por: Editorial | 12/04/2025 08:41

A China adquiriu uma quantidade atípica de soja brasileira nos primeiros dias desta semana, impulsionada pela intensificação das tensões comerciais com os Estados Unidos, conforme reportagem da Bloomberg.

Foram compradas ao menos 40 cargas do grão, totalizando mais de 2,4 milhões de toneladas, o que corresponde a quase um terço do volume mensal normalmente processado pelos chineses. As entregas estão programadas, principalmente, para os meses de maio, junho e julho.

Este movimento ocorre em um cenário de impasse comercial entre as duas maiores economias globais, após os EUA, sob a administração de Donald Trump, estabelecerem tarifas de 145% sobre as importações chinesas. Em resposta, a China aumentou suas tarifas sobre os produtos norte-americanos de 84% para 125%, na última sexta-feira (11).

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) já havia sinalizado um aumento na demanda internacional por soja brasileira, especialmente no mercado spot, ao registrar um salto de 59,5% nas exportações em março, em comparação a fevereiro. Nesse mês, o Brasil exportou 10,25 milhões de toneladas da oleaginosa.

O Brasil se consolidou como o maior exportador de soja para a China, superando os EUA, que antes dominavam esse mercado. A soja continua sendo a principal commodity agrícola exportada pelos Estados Unidos à China.

Em períodos de colheita da safra brasileira, as compras da China normalmente começam em fevereiro. No entanto, as aquisições dessa semana foram descritas como "excepcionalmente significativas e rápidas", de acordo com fontes da Bloomberg.

Além disso, o aumento nos preços do farelo de soja atraiu os importadores, que agora enfrentam margens mais altas no processamento interno. Com isso, analistas preveem que a soja brasileira ficará mais cara, já que a China deve priorizar o produto brasileiro e evitar a soja norte-americana no quarto trimestre, quando tende a recorrer à nova safra local.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve produzir 167,9 milhões de toneladas de soja na safra 2024/25, um aumento de 20,1 milhões de toneladas em relação à temporada passada. Com informações Canal Rural.




Diário do Interior MS
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