A valorização do café reacendeu um crime que parecia extinto: o furto de grãos diretamente dos pés nas lavouras. Desde fevereiro, a saca de 60 kg atingiu o recorde de R$ 2.769 e, mesmo com uma leve queda, ainda é negociada em torno de R$ 2.500. O cenário, que motiva comemoração entre produtores, também despertou o interesse de criminosos.
Vídeos registrados em propriedades mostram a ação dos ladrões, que cortam galhos carregados de grãos e os levam embora. Ocorrências foram registradas em cidades mineiras como Guaranésia, Ilicínea, Guaxupé, São Pedro da União, Boa Esperança e Carmo do Rio Claro, além de Pedregulho, em São Paulo.
Para conter os furtos, produtores, sindicatos rurais e autoridades intensificaram a segurança com rondas noturnas e contratação de vigilantes. O presidente do Centro de Comércio de Café de Minas Gerais, Ricardo Schneider, lembra que o crime estava há anos sem registros. "Achávamos que não havia mais espaço para isso, mas a alta dos preços tornou o roubo novamente interessante", afirma.
Henrique Pacheco, presidente do Sindicato Rural de Boa Esperança, relata que os furtos já haviam sido reportados no ano passado. Segundo ele, a entidade busca, junto a autoridades e deputados estaduais, ampliar o número de câmeras de monitoramento em vias rurais e rodovias.
Pacheco destaca que, embora os grãos furtados ainda verdes resultem em café de qualidade inferior, eles seguem comercializáveis. Ele defende que o rastreamento desses pequenos lotes seja uma das estratégias para identificar os criminosos. com informações Canal rural.