| Hoje é Sábado, 25 de Outubro de 2025.

Empresário é preso por falso testemunho na CPI das Apostas Esportivas


Daniel Pardim Tavares Lima mentiu sobre sua relação com sócia da Payflow e foi detido pela Polícia Legislativa.
Senadora Soraya Thronicke durante discussão acalorada no Seando (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado) Por: Editorial | 29/04/2025 15:11

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas, conhecida como CPI das Bets, determinou nesta terça-feira (29) a prisão em flagrante do empresário Daniel Pardim Tavares Lima por falso testemunho durante seu depoimento no Senado. A decisão foi tomada pela relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), e confirmada pelo presidente do colegiado, senador Dr. Hiran (PP-RR).

De acordo com os senadores, Pardim mentiu ao negar conhecer a ex-BBB Adélia de Jesus Soares, sua sócia na empresa Peach Blossom River Technology. Essa empresa está ligada à Payflow, uma companhia de pagamentos digitais que presta serviços a plataformas de apostas on-line. A Payflow está sendo investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal sob suspeitas de envolvimento em lavagem de dinheiro e remessas ilegais de recursos ao exterior.

"Ele mentiu desde o início, dizendo que não conhece sua sócia. Ninguém forma uma sociedade com alguém que não conhece. Isso é um desrespeito à maior casa Legislativa do país", declarou Soraya. A senadora ressaltou que Pardim teve várias chances de esclarecer os fatos, mas continuou omitindo informações.

A Polícia Legislativa foi encarregada de formalizar a prisão. O presidente da CPI anunciou que Adélia de Jesus Soares será conduzida coercitivamente para depor, após não comparecer à convocação feita para o mesmo dia. Ela também é advogada da influenciadora Deolane Bezerra, que se ausentou da CPI no dia 10 de abril.

Durante a sessão, houve tensão entre os parlamentares e os advogados de Pardim. Soraya foi acusada de abuso de autoridade, mas defendeu que agiu dentro da legalidade. O senador Marcos Rogério (PL-RO) criticou a atuação dos defensores de Pardim, alegando que interferiram nas respostas do depoente, que estava ali como testemunha — papel que só o permitiria se calar em caso de perguntas que pudessem incriminá-lo, e não mentir.

A senadora também questionou a origem do pagamento dos advogados, já que Pardim inicialmente se recusou a revelar quem custeava sua defesa, depois afirmando que os serviços eram prestados "pro bono". "Depois ele mentiu dizendo que era gratuito. Alguém está pagando", afirmou Soraya.

Outros senadores sugeriram que Pardim pode estar atuando como "laranja" em esquemas relacionados às apostas. Damares Alves (Republicanos-DF) e Izalci Lucas (PL-DF) destacaram que ele é sócio de outras empresas, inclusive fora do país, e sugeriram que sua imagem pode já estar comprometida.

Após a prisão, a defesa do empresário classificou a ação como arbitrária e ilegal, alegando que a CPI violou o direito constitucional ao silêncio, obrigando-o a depor, em desacordo com decisão do STF que garantia esse direito. A defesa anunciou que tomará medidas imediatas contra a prisão.

 

A CPI das Bets foi criada em novembro de 2024 com o objetivo de investigar irregularidades no setor de apostas, que foi regulamentado oficialmente em janeiro de 2025, após um período sem regulamentação que se iniciou com a legalização das apostas esportivas em 2018. O colegiado também investiga o envolvimento de empresas de apostas com organizações criminosas e promete apresentar propostas legislativas ao final dos trabalhos para proteger a sociedade brasileira. Com informações Campo Grande News.




Diário do Interior MS
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