Reeducandos da Gameleira II produzem mais de mil peças para hospital em ação de solidariedade

Projeto une ressocialização e empatia com doação de roupas e acessórios de inverno ao Hospital São Julião, em Campo Grande.

Internos da Gameleira II entregam mais de mil peças confeccionadas para pacientes do Hospital São Julião, em ação que une capacitação, solidariedade e ressocialização. Foto: Divulgação. Por: Editorial | 27/06/2025 08:21

Mais de mil gestos de empatia e cidadania partiram da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II, em Campo Grande, rumo ao Hospital São Julião. Internos da unidade produziram, ao longo de dois meses, um total de 1.019 itens de inverno — como calças, blusas, casacos, camisetas, bermudas, almofadas e mini-travesseiros — destinados a aquecer pacientes em tratamento de doenças como hanseníase e tuberculose.

A ação faz parte do programa Malharia Social, da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), em parceria com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), e demonstra como o sistema prisional pode ser ferramenta de transformação social.

Para a diretora de Assistência Penitenciária da Agepen, Maria de Lourdes Delgado Alves, a oficina de costura vai além da remição de pena e do aprendizado técnico: “É um recomeço para quem está dentro do sistema e um alívio humano para quem está fora, enfrentando outras batalhas”, afirmou durante a entrega.

A produção envolveu diretamente quatro internos, entre eles P. P. L., de 41 anos, que hoje coordena o setor. Com formação em Gestão Imobiliária e cursando Administração dentro do sistema, ele relata a satisfação com o trabalho: “É gratificante saber que algo feito por nós pode levar dignidade a quem precisa”.

Já para J. S., de 59 anos, a participação tem um valor pessoal e afetivo. “Minha mãe era costureira, talvez eu tenha herdado algo dela. Estou aprendendo tudo aqui, e faço com gosto, porque considero também uma obrigação moral”, disse.

A coordenadora de Relações Institucionais do Hospital São Julião, Cátia Almeida, emocionou-se ao receber as peças: “É empatia em forma de tecido. Vocês estão ajudando alguém a ajudar alguém”.

Esta foi a segunda entrega feita pela penitenciária ao hospital apenas este ano. A primeira, no início de 2025, também levou mais de 600 peças à instituição. Com insumos fornecidos pelo hospital e o trabalho dos internos, a parceria costura solidariedade, capacitação e esperança ponto por ponto.Com informações: Agência de Notícias