SUS amplia oferta de tratamento para endometriose com novos medicamentos hormonais

DIU com levonogestrel e desogestrel passam a ser disponibilizados na rede pública; doença afeta 10% das mulheres em idade reprodutiva.

Endometriose atinge milhões de mulheres no mundo e causa dor intensa, infertilidade e impacto na qualidade de vida – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil. Por: Editorial | 09/07/2025 14:34

O Sistema Único de Saúde (SUS) vai ofertar dois novos tratamentos hormonais para mulheres diagnosticadas com endometriose: o dispositivo intrauterino com levonogestrel (DIU-LNG) e o desogestrel. A incorporação dos medicamentos foi recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e confirmada pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (9).

Segundo a pasta, o DIU-LNG ajuda a suprimir o crescimento do tecido endometrial fora do útero, sendo especialmente indicado para pacientes com contraindicação ao uso de contraceptivos orais combinados. O dispositivo tem longa duração — até cinco anos — e melhora a adesão ao tratamento, contribuindo para o alívio dos sintomas e melhora da qualidade de vida.

Já o desogestrel é um anticoncepcional hormonal que impede o crescimento do endométrio fora do útero, reduzindo a dor e a progressão da doença. O medicamento poderá ser usado como primeira linha de tratamento já nas etapas iniciais de avaliação clínica, antes mesmo da confirmação por exames.

Para que os medicamentos comecem a ser distribuídos nas unidades de saúde, será necessário atualizar o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Endometriose, conforme destacou o Ministério da Saúde.

A endometriose é uma doença inflamatória crônica que provoca o crescimento anormal de tecido semelhante ao endométrio fora do útero, afetando órgãos como ovários, intestino e bexiga. Os principais sintomas incluem cólica menstrual intensa, dor pélvica, infertilidade e alterações intestinais ou urinárias com padrão cíclico.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva — mais de 190 milhões no mundo — convivem com a condição. No Brasil, o número de atendimentos na rede pública relacionados ao diagnóstico e tratamento da endometriose aumentou significativamente. Na atenção primária, houve alta de 30% entre 2022 e 2024. Na atenção especializada, o crescimento foi de 70%, e as internações pela doença subiram 32% no mesmo período. Redação com informações: Agência Brasil.