Tarifaço de Trump ameaça farelo brasileiro, mas óleo de soja dispara nas exportações

As exportações brasileiras do complexo soja — composto por grão, farelo e óleo — cresceram 1,5% no primeiro semestre de 2025, segundo dados divulgados nesta terça-feira (15) no quadro Agroexport, do programa Mercado & Cia. No entanto, o setor acende o alerta com a nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, que pode impactar diretamente os embarques de farelo.

O grande destaque do semestre foi o óleo de soja, que registrou uma alta de quase 30% nas exportações, saltando de 640 mil para 810 mil toneladas. A performance representa uma recuperação importante frente ao recuo de 2024, mesmo ainda distante do pico histórico de 1,46 milhão de toneladas em 2023.

Já o farelo, apesar de ter crescido de 11,4 para 11,5 milhões de toneladas, pode ver essa tendência ser interrompida pela sobretaxa norte-americana. As exportações brasileiras do produto para os EUA cresceram dez vezes em um ano, passando de 100 para mil toneladas. Essa escalada chamou atenção e motivou a adoção da tarifa, como parte de uma estratégia protecionista do governo Trump.

A soja em grão, principal item do complexo, manteve-se praticamente estável. Foram embarcadas 64,9 milhões de toneladas no semestre, mesmo com uma safra robusta de 155 milhões. Segundo analistas, a estabilidade reflete mais o ritmo da demanda internacional do que limitações internas.

O complexo soja tem papel estratégico nas exportações do agronegócio brasileiro. Em 2024, foi responsável por cerca de um terço da receita cambial do setor, respondendo por mais de 150 bilhões de dólares. Com o crescimento do óleo e os desafios no farelo, o Brasil se vê diante da necessidade de adaptar sua estratégia para manter o protagonismo no mercado global. Com informações: Canal Rural.