Casos graves de gripe desaceleram no Brasil, mas baixa vacinação acende alerta

O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quinta-feira (17), trouxe um panorama positivo, mas ainda preocupante: os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) estão em desaceleração no Brasil. Apesar da tendência de queda, a incidência da doença continua alta, puxada principalmente pela circulação do vírus sincicial respiratório — que afeta sobretudo as crianças — e do vírus da influenza, com impacto mais severo em idosos.

A pesquisadora Tatiana Portela, da Fiocruz, ressaltou que a vacinação contra a gripe é fundamental para reduzir hospitalizações e complicações graves. No entanto, a baixa adesão à campanha tem dificultado o controle da doença. Em São Paulo, por exemplo, apenas 47% do público-alvo foi vacinado até o início de julho, muito abaixo da meta de 90%.

Esse cenário preocupa ainda mais durante o inverno, quando o clima frio favorece a permanência de pessoas em ambientes fechados, facilitando a propagação do vírus. A Fiocruz reforça a necessidade de manter medidas preventivas, como uso de máscaras em locais fechados, higienização das mãos e evitar aglomerações.

Alguns estados, como o Distrito Federal, Tocantins e Pernambuco, têm apresentado queda mais expressiva nos casos de internação, o que sinaliza avanços. No entanto, em São Paulo, os números são alarmantes: as mortes por gripe subiram de 91 em 2024 para 256 em 2025 até 2 de julho. Os casos registrados também quase dobraram, saltando de 1.173 para 2.149 no mesmo período. Com informações: Boletim InfoGripe – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Diante do aumento expressivo de casos e mortes, as autoridades de saúde renovam o apelo à população: a vacina contra a gripe é segura, eficaz e indispensável para a proteção individual e coletiva. A adesão à vacinação, somada às medidas de prevenção, é o caminho mais eficaz para conter a disseminação do vírus e evitar a sobrecarga do sistema de saúde.