Capacitação dentro de presídios muda vidas e abre portas para o futuro em MS

Capacitações oferecidas dentro das unidades prisionais de Mato Grosso do Sul estão mudando a realidade de pessoas privadas de liberdade, por meio da educação e da profissionalização. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e a empresa Suzano, por meio do projeto Plantando o Futuro.

Um dos cursos concluídos recentemente foi o de Marceneiro de Móveis e Esquadrias, realizado no Estabelecimento Penal de Aquidauana (EPA). Com duração de um mês e aulas em período integral, a formação prática ensinou técnicas de produção de móveis, portas e janelas aos custodiados.

“Cada curso ofertado dentro do sistema penal é uma nova chance para que os reeducandos reconstruam suas trajetórias por meio do trabalho digno e da profissionalização”, afirmou o diretor do EPA, Fábio Ferreira Amarilio.

A transformação pessoal gerada pelas capacitações é visível entre os participantes. Um interno, que preferiu não se identificar, relatou a mudança em sua perspectiva de vida: “Nunca tinha trabalhado com madeira antes, mas aprendi muito e descobri que tenho talento. Isso me dá esperança de ter um trabalho honesto quando sair daqui e poder cuidar da minha família com dignidade”.

Segundo a diretora de Assistência Penitenciária da Agepen, Maria de Lourdes Delgado Alves, a educação e o trabalho são ferramentas essenciais na redução das desigualdades e no processo de ressocialização. “Com apoio de instituições como o Senai e empresas comprometidas como a Suzano, conseguimos ampliar horizontes e dar novos significados à vida de quem está em cumprimento de pena”, destacou.

Os cursos fazem parte da estratégia de responsabilidade social da Suzano, que tem como meta retirar mais de 200 mil famílias da linha da pobreza até 2030. No sistema prisional, a ação reforça o compromisso com a reinserção social e o fortalecimento da segurança pública.

De acordo com o diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, investir em capacitação é uma forma de reduzir a reincidência criminal e promover uma sociedade mais justa. “A oferta de cursos profissionalizantes dentro do sistema prisional representa um avanço significativo. As parcerias são fundamentais para promover oportunidades concretas de mudança de vida”, ressaltou.

A qualificação segue avançando em todo o estado. No Centro Penal Agroindustrial da Gameleira (CPAIG), em Campo Grande, estão sendo ministrados cursos de Pedreiro de Alvenaria e Montador de Móveis, com resultados já perceptíveis: os internos estão utilizando os conhecimentos adquiridos para construir novos espaços dentro do próprio presídio. A mesma capacitação chegou ao regime semiaberto feminino da capital e, em breve, será ampliada para outras unidades como a Penitenciária de Três Lagoas e o Estabelecimento Penal de Bataguassu.

Para a chefe da Divisão de Educação da Agepen, Rita de Cássia Argolo Fonseca, o impacto das ações vai além do aprendizado técnico. “Quando o interno aprende um ofício e vê que é capaz de produzir algo útil, ele começa a se enxergar fora da criminalidade. E é essa virada de chave que buscamos com cada capacitação ofertada”, concluiu. Com informações: Dourados News.