O Ministério da Saúde iniciou, nesta quinta-feira (31), uma consulta pública sobre a possível incorporação da vacina contra o meningococo do tipo B no Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta, apresentada pela farmacêutica GSK à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), ficará disponível por 20 dias no site oficial da comissão.
Atualmente, o SUS oferece imunização contra quatro sorotipos da bactéria Neisseria meningitidis — A, C, W e Y —, mas ainda não contempla o tipo B, considerado o mais prevalente e perigoso no Brasil. O imunizante específico para esse sorotipo já está disponível na rede privada de saúde e é recomendado por sociedades médicas, embora ainda não faça parte do calendário básico infantil do SUS.
A vacina meningo B é aplicada em três doses, aos 3, 5 e 12 meses de idade, e protege contra a meningite meningocócica, uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A doença evolui rapidamente e pode ser fatal. Apenas em 2025, o Brasil já registrou 2.357 casos de meningite bacteriana, com 454 mortes. Do total, ao menos 138 casos foram causados especificamente pelo meningococo B, resultando em 21 óbitos.
Além da alta letalidade, a meningite pode deixar sequelas graves em 10% a 20% dos sobreviventes, incluindo surdez, amputações e danos neurológicos permanentes.
O dossiê apresentado pela GSK estima que o custo da inclusão da vacina no SUS seria de R$ 6,1 bilhões em cinco anos. A empresa, no entanto, argumenta que a imunização reduziria significativamente os gastos com internações e tratamentos decorrentes da doença.
Após o período de consulta pública, as contribuições da sociedade serão analisadas pelos membros da Conitec, que emitirão um relatório recomendando ou não a incorporação da vacina ao SUS. Com informações: Agência Brasil.