Uma crise de ciúmes e um desentendimento de trânsito resultaram em episódios de violência extrema, com agressões físicas graves e até morte. Além do impacto social, os casos chamam atenção por um traço físico compartilhado pelos agressores: corpos descomunalmente musculosos, levantando a suspeita do uso de esteroides anabolizantes.
A ciência mostra que a testosterona desempenha papel importante na regulação de agressividade em várias espécies, incluindo humanos. Em níveis normais, não há relação direta com comportamentos violentos. Contudo, seu uso excessivo pode prejudicar o controle cognitivo sobre a agressividade, aumentar a percepção de ameaças, reduzir empatia e favorecer comportamentos de risco.
Estudos identificam padrões de violência relacionados ao uso de anabolizantes: explosões desproporcionais a provocações mínimas, agressões premeditadas ou aumento da autoconfiança para cometer crimes. Pesquisas indicam maior risco de condenações criminais entre usuários, mas fatores sociais, histórico antissocial e uso de outras drogas complicam essa relação.
Neurobiólogos ressaltam que a testosterona potencializa tendências sociais pré-existentes, em resposta a desafios de status, mas não determina o comportamento. Experimentos com primatas e estudos humanos demonstram que a agressividade mediada por hormônios é seletiva e socialmente condicionada.
Nos tribunais norte-americanos, a defesa de “roid rage” já foi usada como atenuante em crimes violentos, embora a biologia apenas influencie, e não determine, as ações humanas. Com informações: Folhapress.