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Agosto, mês de proteção à mulher, encerra com 4 feminicídios em MS


Estado soma 24 mortes de mulheres em 2025, além de 49 tentativas de assassinato.
Vítimas da violência em Mato Grosso do Sul durante o mês de agosto – Arquivo pessoal Por: Editorial | 01/09/2025 09:08

Agosto, mês da campanha de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, terminou em Mato Grosso do Sul com um dado alarmante: quatro feminicídios registrados, apesar das ações de prevenção.

De janeiro a 31 de agosto de 2025, o Estado contabiliza 24 assassinatos de mulheres e 49 tentativas de feminicídio, seis delas somente no último mês. Entre os casos, há situações em que crianças presenciaram os crimes.

No dia 2 de agosto, em Corumbá, Salvadora Pereira, de 22 anos, foi morta com um tiro no rosto pelo companheiro. O crime foi presenciado por cinco crianças, entre elas dois filhos da vítima. O autor foi preso em flagrante após o filho mais velho, de oito anos, acionar os bombeiros.

Em Cassilândia, no dia 9, Letícia Ferreira Araújo, 25 anos, foi atropelada e morta pelo marido, Vitor Ananias de Jesus, na frente do filho de seis anos. Antes do crime, a vítima tentou ligar para a polícia, mas a chamada caiu. Vitor foi preso e segue detido preventivamente.

Já em Bela Vista, Dahiana Ferreira Bobadilla, 24 anos, desapareceu no dia 5 e foi encontrada morta três dias depois, enterrada em uma cova rasa às margens do Rio Apa. Ela vinha sendo ameaçada pelo ex-companheiro, que foi identificado como autor.

No Leste do Estado, em Bataguassu, Érica Regina Moreira Motta, 46 anos, foi mantida em cárcere privado por dois dias e morta a facadas. O agressor foi preso minutos depois, tentando fugir.

Além dos feminicídios consumados, agosto também registrou tentativas graves, como a de uma adolescente de 14 anos que teve o corpo incendiado pelo namorado, em Dourados, e sofreu queimaduras de 2º e 3º graus.

Segundo levantamento, os crimes ocorreram em 18 cidades, com média de três mortes por mês em 2025. Entre as vítimas, estão mulheres de diferentes idades — de uma bebê de 10 meses a idosas de até 65 anos.

Um dos casos mais chocantes foi o duplo feminicídio que vitimou Vanessa Eugênia Medeiros, 23 anos, e a filha Sophie, de 10 meses, em Campo Grande, no dia 26 de maio. O suspeito, João Augusto Borges de Almeida, esganou mãe e filha durante o intervalo de trabalho e, ao final do expediente, queimou os corpos em um matagal.

Outro episódio que mobilizou a opinião pública foi o assassinato da jornalista Vanessa Ricarte, 42 anos, morta a facadas pelo ex-noivo em fevereiro, na Capital. Ela havia relatado dificuldades no atendimento policial antes do crime, o que levou o governo a reforçar mutirões de revisão de atendimentos nas delegacias especializadas e ampliar o quadro de servidores.

Perfil das vítimas e locais

A maior parte das vítimas tinha entre 20 e 40 anos. Os autores incluem companheiros, ex-companheiros, pai, irmão e até filho.

Maio foi o mês mais letal, com seis mortes, seguido de fevereiro (cinco casos). Junho e julho registraram três feminicídios cada, enquanto agosto encerrou com quatro.

Campo Grande lidera em ocorrências, com quatro casos, mas os registros se espalham por cidades médias como Dourados, Corumbá e Cassilândia, além de áreas rurais, assentamentos e aldeias indígenas, mostrando que a violência atinge todo o Estado.




Diário do Interior MS
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