Safrinha de milho de MS sofre perdas climáticas, mas mantém previsão recorde de produção

Entre junho e agosto de 2025, cerca de 49 mil hectares de milho da 2ª safra em Mato Grosso do Sul foram perdidos ou severamente afetados por eventos climáticos adversos — geadas, ventanias e seca —, segundo boletim divulgado nesta quinta-feira (18) pela Aprosoja. As áreas atingidas sofreram prejuízos que variaram de 10% a 40% da produção, conforme a intensidade dos danos.

Mesmo diante dos obstáculos, a previsão segue positiva. A estimativa aponta para uma colheita total de 14,2 milhões de toneladas, com produtividade projetada em 112,7 sacas por hectare — um avanço de cerca de 68,1% em comparação com o ciclo anterior.

A colheita está praticamente finalizada: 98,5% da área cultivada, equivalente a 2,07 milhões de hectares, já foi colhida até a data do relatório. As regiões norte e centro superaram 99% da área colhida, enquanto o sul do Estado está com cerca de 98% concluído.

O boletim destaca que as geadas de junho atingiram aproximadamente 35 mil hectares, principalmente nas regiões central e sul, com perdas de 10% a 30%. Já as ventanias de julho danificaram 14 mil hectares, provocando tombamento e perdas que chegaram a 40% em algumas propriedades. Em agosto, as chuvas ficaram abaixo da média em 43 dos 55 pontos de monitoramento, enquanto apenas 12 regiões registraram precipitação superior à média histórica.

O relatório também ressalta uma mudança estrutural no uso da terra para a safrinha: atualmente, o milho ocupa 46% da área plantada com soja, bem abaixo dos 75% observados em ciclos anteriores. A redução está ligada ao aumento dos custos de produção e à percepção de maior risco climático.

Quanto ao mercado, a saca de milho de 60 kg foi cotada em média a R$ 49,93 no Estado, enquanto a saca de soja manteve valor em torno de R$ 123,23. As lavouras apresentaram classificações regionais entre boa, regular e ruim, conforme as condições locais. Com informações: Folha de Campo Grande.