O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu a manhã deste domingo (28) participando de uma caminhada em Brasília para celebrar os 95 anos do Ministério da Educação. Durante o trajeto, acompanhado de ministros, aliados políticos e da primeira-dama, Janja, o petista destacou a importância da educação para a soberania nacional e aproveitou para alfinetar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Essa é a caminhada da soberania educacional do Brasil”, declarou Lula em vídeo divulgado nas redes sociais. Em outro momento, ironizou as tradicionais manifestações de motocicleta promovidas por Bolsonaro quando estava no poder: “Nossa atividade não tem motociata, tem caminhada com educadores”.
A atividade percorreu três quilômetros, passando pelo Congresso Nacional e pela Praça dos Três Poderes. O evento também oferecia percursos de 5 km e 10 km para os participantes. Vestindo camiseta comemorativa do MEC, shorts, tênis e um boné com a frase “O Brasil é dos brasileiros”, Lula acelerou o ritmo em alguns trechos, enquanto interagia com apoiadores e brincava com ministros.
Entre as autoridades presentes estavam Camilo Santana (Educação), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Alexandre Padilha (Saúde), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Fernando Haddad (Fazenda) e o presidente do PT, Edinho Silva. Após a chegada, os presidentes do Banco Central, Gabriel Galípolo, e da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, também se juntaram ao grupo para a cerimônia em frente ao MEC, encerrada com um breve discurso.
A caminhada começou às 7h16 e terminou 36 minutos depois. Para Lula, a atividade pública reforça a imagem de vitalidade que ele procura transmitir desde a campanha de 2022. O presidente, que completa 80 anos em outubro, costuma divulgar nas redes sociais momentos em que aparece praticando exercícios, cuidando de plantas e interagindo com animais no Palácio da Alvorada.
Nos últimos dias, Lula tem endurecido o tom ao falar de soberania, em resposta ao aumento de tarifas contra produtos brasileiros anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump. O americano relacionou a medida ao processo judicial que levou à condenação de Jair Bolsonaro por participação em uma trama golpista, decisão que o tornou inelegível.
Apesar das divergências, Trump disse recentemente, em discurso na Assembleia Geral da ONU, que teve uma “excelente química” com Lula em um breve encontro. O comentário, porém, não diminuiu o contraste entre os dois líderes, que ocupam posições opostas no cenário político internacional.